Comportamento

Confira dicas de como envolver as crianças nas tarefas domésticas

Arrumar os próprios brinquedos ou o guarda-roupa são atividades que podem ser delegadas aos filhos, mas a imposição agressiva das tarefas deve ser evitada

Foto: Divulgação/Ilustração

Organização não é algo exclusivo dos adultos. Desde os primeiros anos de vida, os pequenos podem ficar responsáveis por algumas atividades domésticas simples, como arrumar os próprios brinquedos ou a cama.

Claro, a arrumação da casa, em geral, é uma obrigação dos pais. Mesmo assim, eles podem contar com a ajuda dos filhos, de forma que essas atividades sejam encaradas como algo divertido e estimulante.
 
Confira 10 atividades domésticas que seus filhos podem fazer: 

-- Brinquedos: essa é a primeira tarefa que os pais podem ensinar aos pequenos. Depois de brincar, eles devem ficar responsáveis por guardar todos os brinquedos no seu devido lugar. 

-- Lavar a louça: essa atividade deve ser feita com a supervisão constante do adulto. Para evitar acidentes ou machucados, a dica é deixar com a criança apenas utensílios de plástico, que oferecem menos riscos.

-- Lavanderia: ajudar a separar as roupas da lavanderia não é nada de outro mundo e toma apenas alguns minutos da rotina dos pequenos.

-- Refeições: o preparo das refeições não é responsabilidade dos filhos. Ainda assim, eles podem ajudar em algumas etapas, deixando o ato de cozinhar mais divertido.

-- Mesa: enquanto os pais cozinham, os filhos podem ajudar a preparar a mesa. Isso cria uma expectativa positiva para a refeição em família.

-- Arrumar a cama: a partir dos 5 anos, a criança pode arrumar a cama por conta própria. O importante é elogiar a iniciativa dos pequenos, mesmo que não fique tão ajeitadinho.

-- Bichinho de estimação: o cachorrinho pode ser cuidado por todos os integrantes da família. Por que não deixar a criança responsável pela ração do bichinho?

-- Mercado: a dica é levar as crianças para fazer as compras de casa e pedir a ajuda delas para arrumar tudo nos armários. Essa atividade também ensina a importância da organização

-- Roupas em dia: reforce a importância de um guarda-roupa organizado e deixe essa tarefa sob responsabilidade dos pequenos. A criança pode separar as roupas por cores, estilos, frio e calor.

-- Limpeza: se a criança não tem alergia a pó, por exemplo, pode cuidar da limpeza de alguns móveis da casa. Mas atenção: os produtos químicos devem ficar fora do alcance delas. Um pano úmido com água já resolve essa questão.

“A partir dos 5 anos, as crianças já têm uma consciência maior para entender a importância da organização. A dica é convidá-las para arrumar os brinquedos ou outras coisas juntos, mostrando a importância da participação delas. Mesmo que não fique exatamente do jeito que os adultos gostariam”, explica Regiane Deppe, consultora de organização da Organare.

Essa, aliás, é uma preocupação que deve ser deixada de lado. As crianças pequenas não têm estrutura física ou emocional para deixar a casa organizada por conta própria. Elas precisam de supervisão em tempo integral, bem como o reconhecimento por cada tarefa executada. Mesmo que o lençol da cama fique um pouco desajustado, vale elogiar a iniciativa dos pequenos. Assim, eles se sentem orgulhosos das próprias façanhas.

Pequenas atitudes já conseguem demonstrar a importância de manter o ambiente mais organizado. Segundo Regiane, uma vassourinha de brinquedo, por exemplo, é uma alternativa que ensina à criança sobre a possibilidade de remover o pó dos cômodos da casa, com um ar de brincadeira e descompromisso.

A maior preocupação deve ser respeitar a faixa etária da criança e não atribuir funções que estão além da sua capacidade. Até os 10 anos, elas apenam “brincam” de arrumar as coisas, sem efetivamente se envolver com a organização da casa.

Produtos de limpeza devem ficar longe do alcance dos pequenos, para evitar qualquer caso de intoxicação. Na hora de lavar a louça, por exemplo, a saída é deixar que a criança lave os utensílios de plástico, que não oferecem risco e não quebram em caso de queda.

Livre de imposições

O melhor estímulo é transformar as tarefas domésticas em uma experiência compartilhada e prazerosa, para que a criança não sinta que está perdendo tempo, muito pelo contrário.

“O jeito é transformar em algo lúdico, como uma brincadeira mesmo. No final, a criança precisa se sentir recompensada de alguma maneira, mas sem ser de um jeito material, senão ela não aprende o que é ser organizada”, sugere Débora Monique, consultora de organização da OrganizUP, lembrando que o elogio também é uma forma de mostrar que a atitude foi apreciada por outras pessoas.

Outra dica é estabelecer uma rotina de organização, para que a criança encare as tarefas como algo natural do dia a dia. Arrumar os próprios brinquedos deve ser visto como parte do ato de brincar, e não uma situação excepcional.

Apesar de o estímulo contínuo ser necessário, é preciso ter em mente que nem tudo vai ocorrer como manda a teoria. É normal que, em alguns dias, os filhos não sintam vontade de ajudar em alguma tarefa ou arrumar o próprio quarto.

Brigar, gritar ou tentar fazer qualquer tipo de imposição pode ter um efeito negativo nos pequenos. “Isso grava uma emoção negativa na criança. É importante que exista a emoção positiva, no lugar. Tem um retorno melhor, porque a criança realmente se sente incentivada, e não simplesmente obrigada e ameaçada. Assim, ela cria autonomia para fazer as coisas por conta própria”, ressalta Regiane.

Em dias assim, não tem problema liberar os pequenos das tarefas domésticas. Só vale prestar atenção caso a situação se repita e a criança perca o hábito de organizar as próprias coisas, perdendo o estímulo inicial dos pais. É importante respeitar o momento delas, sem deixar o incentivo positivo de lado.