A ideia de que apenas o cabelo comprido exala feminilidade está ultrapassada. As mulheres têm investido no curtinho, também conhecido como "pixie cut", popularizado no fim da década de 1950 por Audrey Hepburn e nos anos 1960 pela britânica Twiggy e pela americana Mia Farrow - a transformação da atriz, que já foi casada com o galã Frank Sinatra, foi realizada pelo cabeleireiro Vidal Sassoon para o clássico filme "O Bebê de Rosemary" (1968).
"Adoro cabelo curto. A brasileira demora para cortar, mas não quer mais mudar quando descobre a praticidade, principalmente porque não existe a necessidade de ir ao salão o tempo inteiro", afirma o cabeleireiro e maquiador Marcos Costa. Walter Leal, visagista do Studio W, concorda que as mulheres daqui são, sim, mais resistentes a dar adeus aos fios longos, mas estão mudando de ideia aos poucos.
Com a inspiração das famosas, como Anne Hathaway, elas perceberam que é possível ficar superfeminina. Quem imaginava que a Emma Watson poderia ser tão linda? O corte realçou sua beleza e evidenciou seus olhos; antes ela ficava escondida", diz.
Marcos, responsável pela beleza de vários desfiles durante as principais semanas de moda brasileiras, revelou que algumas modelos lhe confessaram trabalhar mais após a revolução capilar.
O visagista Luiz Cintra explica que isso acontece porque o curto passa a imagem de personalidade marcante e até de um estilo mais ousado. E é por isso que as adeptas não podem ter medo de mudar radicalmente tanto no corte quanto na cor, como o platinado ou o vermelho vibrante.
Quem pode?
E, então, surge a dúvida: quem pode aderir à tendência? Cintra acredita que a mudança vale para qualquer pessoa. “Basta o cabeleireiro definir junto com a cliente o que vai ficar melhor.”
E a graça é que os novos fios podem esculpir a cabeça para que ela fique bonita e passe a suprir as qualidades que faltam no rosto, por exemplo. Walter reforça que se a mulher for grande demais ou tiver traços grosseiros, talvez não seja uma ideia tão boa – mas, no fundo, todas podem arriscar, basta ter coragem, já que cabelo cresce e, no fim, vira experiência.
Costa lembra que quem tem orelha grande não precisa descartar a opção, é só fazer um desfiado que as esconda. Resumindo: o importante é que a face não fique redonda demais, as bochechas não sejam ressaltadas e a mulher se sinta confiante.
Existem diversas classificações, mas os quatro tipos de rosto mais comuns são o redondo, o oval, o quadrado e o triângulo invertido (também conhecido como diamante). Com a ajuda dos três experts, saiba o que fica bom (ou não) em cada categoria.
Redondo
Olhe-se no espelho e veja se consegue notar o queixo e o maxilar – se for tudo praticamente um só, sem marcações, sua categoria é “redondo”. Os cabelos muito curtos não são recomendados, porque o desafio é justamente procurar uma maneira de alongar a face ou evidenciar o queixo.
Isso pode acontecer quando a parte de trás é repicada e penteada para cima, ou com uma franja irregular na diagonal, ou com um topete. A cantora Miley Cyrus usa muito o truque de levantar a franja em um moicano ou topete para afinar o rosto. Outra dica é investir nos cortes geométricos, como um chanel com franja curta e quadrada.
Quadrado
Não há problema nenhum em deixar o look um pouco mais andrógino, mas o famoso “joãozinho” não é a melhor das opções para quem quer evitar o estilo. As propostas, além de desfiar a franja até a altura do nariz, são deixar a lateral mais baixa e também desfiada.
Kelly Osbourne, Keira Knightley, Katie Holmes, Angelina Jolie e Sandra Bullock são exemplos de famosas internacionais classificadas nesta categoria – e todas já apostaram em cortes muito diferentes umas das outras. Vale a pena se inspirar!
Oval
Este é o tipo de rosto mais versátil e com proporções equilibradas. Pamela Anderson, que tem a fisionomia considerada oval, foi uma das celebridades mais recentes – além do boom Jennifer Lawrence – a ser flagrada com o “pixie cut”.
O único cuidado neste caso é com a parte da frente, que não deve ser mais longa que o queixo para não alongar muito o rosto. Como exemplo nacional das frontes ovais aparecem as brasileiras Tainá Muller e Taís Araújo e da americana Shailene Woodley.
Triângulo invertido (diamante)
As mulheres “diamante” têm o queixo fino e a parte de cima mais larga. A franja sobre a testa é obrigatória, mas também são bem-vindas as diagonais e as desfiadas ligeiramente direcionadas para algum lado.
Deixar um pouco de volume na parte da frente do corte (mais cabelo na altura entre a boca e o queixo) também é uma saída, porque se os fios estiverem curtos demais, há o risco de alongar. Charlize Theron, Madonna e Ashley Greene são algumas das que já ousaram.