Ela tinha pressa, muita pressa. Queria comprar logo um carro para não enfrentar as três horas de trânsito para chegar ao trabalho. Entrou na concessionária, encontrou o carro desejado, fez cálculos rápidos e comprou.
Tinha sido a compra mais cara de sua vida. E a mais impulsiva. Não parou para prestar atenção no valor total. Pediu um prazo menor, pensando que os juros diminuiriam um pouco, e fingiu estar aliviada com a sensação de prejuízo menor. O vendedor então informou que ainda faltava a entrada, 30% do valor do carro. Então ela descobriu que pagaria praticamente “um carro e meio” com aquelas condições. Era um péssimo negócio. Mas ela não quis esperar.
Se tivesse esperado pelo menos seis meses teria dado 50% de entrada e, provavelmente, teria se deparado com juros menores. Ou guardado e investido dinheiro (como faz hoje) para comprar o veículo à vista. É um erro comum e é o que faz os bancos ganharem muito com juros: a falta de paciência.
Essa pessoa era eu há alguns anos. Sempre poupei dinheiro, mas não tive paciência na hora de fazer a compra do meu primeiro carro. Não conheço ninguém que nunca tenha cometido um erro financeiro. Pode ter sido uma compra por impulso, a aquisição de um produto que parecia interessante (mas era roubada) ou um financiamento feito às pressas.
Ter pelo menos 50% do valor do financiamento pode garantir juros baixos – e a famosa “taxa zero”(não podemos nos esquecer das taxas embutidas, que sempre dão gordura na”taxa zero”). Mas se mesmo assim você está disposto a fazer um financiamento, siga o guia a seguir.
Perguntas que você deve fazer antes de financiar o seu carro
1) Quais taxas estão embutidas?
Provavelmente o vendedor responderá o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), seguro de proteção financeira (ou prestamista) e Tarifa de Cadastro para Início de Relacionamento.
Pegadinha 1 – A Tarifa de Cadastro para Início de Relacionamento só deve ser paga se você não tiver conta no banco que irá financiar o seu carro. Se você tem conta no Bradesco e o financiamento é pelo Bradesco, não deve pagar a taxa.
Pegadinha 2 - O seguro de proteção financeira não é obrigatório. No entanto, pode ser necessário, caso você fique desempregado, pois ele costuma pagar cerca de três meses de parcela se você for demitido.
2) São esses mesmos os juros? Vamos fazer as contas juntos
Mostre para o vendedor que você não é bobo. Muitos costumam mentir a taxa de juros. A conta mais fácil é multiplicar as parcelas pelo prazo. Se a parcela é R$ 700 multiplique por 30 vezes (caso o financiamento seja em 30 meses) e cheque se você não está sendo enganado.
3) Haverá cobrança para emissão dos documentos?
Geralmente esse valor não está embutido. A documentação sai em média de R$ 800 a R$ 1.200, mas você pode conseguir mais barato.
4) Quando o carro sai à vista?
Veja se o valor financiado não está supervalorizado e faça as contas de quanto você teria de pagar se o valor fosse à vista.