O Brasil é o único país no mundo a ter um ministro da área econômica cumprindo aviso prévio.
Guido Mantega foi demitido pela presidente Dilma Rousseff ainda durante a campanha eleitoral, mas com prazo para deixar o cargo após o fechamento das urnas.
Contados os votos, reeleita Dilma, está na hora de Mantega arrumar as gavetas, dar lugar ao próximo ministro que – espera-se – conduza melhor o barco oscilante da economia brasileira.
É improdutivo aguardar até janeiro.
Embora a presidente tenha negado de pés juntos, a inflação está, sim, em nível preocupante. O normal é que se situe perto do centro da meta (4,5% ao ano), em vez de insistentemente no teto (6,5%).
O nível de investimentos é declinante; a taxa de desemprego permanece baixa muito pelo fato de que parcelas crescentes dos desempregados estão desistindo de procurar ocupação e, portanto, acabam excluídos das estatísticas; o Produto Interno Bruto exibe crescimento pífio, mesmo comparado com o de países vizinhos.
As reformas política e tributária impõem-se, embora se preveja - nesses dois casos - forte resistência por parte do Congresso.
Há muito a se corrigir. Ganha o país, portanto, se o ministro em aviso prévio apressar-se em deixar o cargo.