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Alberto Oliveira

A independência do Banco Central

Alberto Oliveira

O tema foi discutido no primeiro turno das eleições presidenciais deste ano, e certamente fará parte de algum dos debates do segundo turno, entre os candidatos Dilma Rousseff (do PT) e Aécio Neves (PSDB).

Até agora, o tom que se deu ao problema foi o da desinformação.

Tentou-se passar à sociedade a imagem de que uma autonomia (ou independência) do Banco Central seria benéfica para os banqueiros, faria a inflação explodir, a comida sumir da mesa dos brasileiros.

Raciocinemos, antes de sair por aí espalhando bobagens como essas.

Se uma autonomia do Banco Central destruísse a economia de um país, por que ela existe nos Estados Unidos? Por que os bancos centrais de todos os países da União Europeia são autônomos? Aliás, essa é uma exigência para quem deseja fazer parte do bloco.

Será que isso só funciona em países desenvolvidos? Não, porque é assim no México, no Peru, no Chile, na Colômbia.

Sabendo-se que a missão de um Banco Central é manter o poder aquisitivo da moeda, ou seja, lutar para que as famílias continuem comprando no mínimo o que já compravam, com a renda possuída, o que estaria por trás de uma resistência tão feroz à sua autonomia?

A resposta é simples: porque é impossível usar politicamente um Banco Central autônomo. Na resistência - isso é preciso ficar claro - nunca esteve em jogo o bem-estar da sociedade.