Alberto Oliveira

Xingar Dilma Rousseff como se fez na Copa está longe de ser ato de coragem

Alberto Oliveira

Todos temos o direito constitucional de vaiar a presidente Dilma Rousseff ou quem estiver no cargo que ela ocupa neste momento. E precisamos defender incondicionalmente esse direito, exercê-lo quando necessário. 

Isso é uma coisa. Outra, completamente diferente, é injuriar, xingar, utilizar, em nossos protestos, palavras ou expressões incompatíveis com um mínimo de decência, de respeito, de educação.

Os brasileiros que puxaram um coro mal educado contra a presidente Dilma, no Itaquerão, apenas exibiram, para todo o País, o quanto ainda precisamos avançar em termos de cidadania.

Podemos e devemos nos mostrar indignados com os gastos faraônicos e mal planejados feitos para a Copa do Mundo no Brasil. Há enormes indícios no mínimo de incompetência. 

Isso é uma coisa. Outra, completamente diferente, é partir para o ataque chulo e para a grosseria. Contra uma mulher. Contra uma pessoa que ocupa o mais alto cargo no País.

A presidente Dilma Rousseff é uma democrata, impossível negar. Mas também é preciso reconhecer que seu governo permite que se faça um sem número de restrições, principalmente no que diz respeito às áreas de saúde pública, educação, transporte, segurança e infra-estrutura.

Os altos índice de corrupção que permeiam a esfera pública, o tratamento desumano a que são submetidos os pobres deste País, envergonham, indignam, merecem nosso repúdio aberto.

Isso é uma coisa. Outra, completamente diferente, é fazer o que se fez no Itaquerão. Ali, foi uma demonstração de incivilidade, de falta de respeito.

Longe de ser um ato de coragem, viu-se uma demonstração pública de covardia.