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Arcebispo destaca significado da Páscoa

Veja a entrevista que Dom Murilo Krieger concedeu à Tribuna

Para muitos fiéis católicos, a celebração da Semana Santa é um momento de reflexão e de lembrar a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Para falar sobre a importância desta importante semana no calendário da Igreja Católica, o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, concedeu entrevista à Tribuna.

Tribuna Bahia - Qual a importância da data para os católicos?
Dom Murilo Krieger - A Semana Santa é o ponto alto da vida dos cristãos. Motivo: nela se celebra os acontecimentos centrais de nossa salvação: a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo. Na vida da Igreja, tudo converge para ela; e, depois, tudo parte dela. Tanto isso é verdade que cada domingo é considerado uma “pequena” Páscoa, uma continuação da Páscoa.

TB - De que forma a Igreja tem ajudado a manter as tradições da Semana Santa, como por exemplo, não comer carne, entre outros?
DMK - Dentre as tradições da Semana Santa, as mais importantes, são: a participação nos atos religiosos, a leitura dos capítulos dos evangelhos em que os evangelistas descrevem a Morte e a Ressurreição de Cristo, a oração mais intensa, a visita aos enfermos etc. Na sexta-feira, para nos lembrarmos mais intensa e concretamente da morte de Cristo, somos convidados a fazer jejum e praticar a abstinência. O jejum consiste em se comer menos do que se come normalmente, e mais: em cortar das refeições deste dia alguma coisa que valorizamos muito. Fazemos tal sacrifício num gesto de amor para Aquele que deu a vida por nós. O ideal é que o fruto de nosso jejum – isto é, a economia obtida – seja dada aos pobres. Quanto à abstinência: deixamos de comer a chamada “carne vermelha”, que é considerada uma “carne forte”, para um jejum mais adequado. 

TB - Houve mudanças nos costumes nos últimos anos? Se sim, a que o senhor atribui isso?
DMK - Eu diria que as pessoas convictas, os chamados “fiéis”, continuam fiéis. Normalmente, deixam de seguir as tradições aquelas pessoas que, normalmente, não têm uma prática religiosa sistemática. Vejo, sim, que a maior parte do povo segue as tradições religiosas da Semana Santa. Aqui e ali se introduziram costumes que não são religiosos, mas que têm outras causas. Sei, por exemplo, que para muitas famílias da Bahia, a sexta-feira é o dia de um almoço especial, pois é o dia em que parentes que não se encontram normalmente, ou que estão longe, se visitam neste dia. Espero que compensem isso com uma maior parcimônia nas demais refeições...

TB - A Páscoa é um momento de reflexão, qual a mensagem do senhor para os católicos e baianos em geral?
DMK - Com a Ressurreição de Cristo, a última palavra não é a da morte, mas a da vida. Ele é o vencedor. Numa época em que enfrentamos tantos problemas, tantas dificuldades e desafios, é oportuno nos lembrarmos que Cristo cumpre o que nos prometeu: “Eis que estarei convosco todos os dias!” Como é consolador tomar consciência desta certeza e viver de acordo com ela! Como é confortante saber que Cristo vivo está entre nós!

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