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Adelmario Coelho celebra 20 anos de carreira com série de shows gratuitos

Em entrevista à Tribuna da Bahia, o forrozeiro disse que se durante o São João vai levar a cultura nordestina a seis estados

Tribuna da Bahia:    Em 2014 você comemora 20 anos de carreira com o CD Revirando as Gavetas. Qual a expectativa?
Adelmário Coelho: A melhor possível, afinal já são 20 anos de dedicação em levar a Cultura do Nordeste para os quatro cantos do país e também além das nossas fronteiras. Ter o reconhecimento dos meus fãs é muito gratificante para continuar nesta jornada. Foi uma mexida muito cuidadosa nas gavetas para trazer para uma geração que talvez ainda não conheça músicas que nos acompanham durante esse tempo.

TB: O que está trazendo de especial para este trabalho?
AC: Além de selecionar as músicas mais significativas e que foram mais consumidas por nosso público, fiz num formato acústico bem musical mesmo.  Este trabalho traz as 23 canções que fizeram parte do meu repertório nestes 20 anos, por isto o nome “Revirando as Gavetas”, todas com uma nova roupagem. 

TB: Como foi a escolha do repertório?
AC: Fazendo uma viagem na estrada percorrida nestes 20 anos e buscando músicas que talvez sejam novas para esta geração, mas que são conhecidas de quem já acompanha o trabalho desde o início. É uma oportunidade dos novos seguidores conhecerem as primeiras canções do meu repertório e lembrar os sucessos mais recentes também.

TB: Você também compõe?
AC: Sim. No início da carreira era muito mais atuante. Compus muitas canções em parceria com grandes poetas, mas hoje com a dinâmica do trabalho e por recebermos um número significativo de músicas, terminamos por nos acomodar um pouco. Os compositores já sabem do nosso formato, da mensagem que queremos passar e aí se torna mais fácil. Quando queremos explorar um tema específico é só falar pra rapaziada.

TB: Este ano você está com uma série de shows gratuitos, realizados, mensalmente, no Parque da Cidade, até junho. O que o público pode esperar das apresentações?
AC: Estes shows no Parque são uma oportunidade de estar mais próximo dos meus fãs da capital baiana que tanto cobram apresentações minhas aqui na cidade. São apresentações onde toda a família pode participar. O projeto Forró no Parque hoje tem um formato em parceria com meu amigo Zelito Miranda, que nos convidou para essa empreitada e que está sendo um sucesso maravilhoso. 

TB: Tem algum projeto especial para o São João?
AC: O período junino é sempre especial e buscamos sempre fazer um trabalho diferenciado para a época, Fico feliz de poder levar esse nosso projeto para cinco a seis estados nordestinos.

TB: A agenda já está cheia para o período junino?
AC: Quem sabe? (risos). Meu comercial está trabalhando duro para que isto aconteça e que possamos levar o novo show para as cidades que comemoram os festejos juninos.  

TB: Adelmário Coelho ficou famoso depois que a carga que trazia seu CD para divulgação foi saqueada.  Como você vê a pirataria hoje?
AC: Não diria que fiquei famoso. Ali foi um acidente de percurso que pode acontecer com qualquer pessoa.  Simplesmente me ajudou um pouco na divulgação. Com certeza contribuiu muito o fato da música “Não Fale Mal Do Meu País” começar a ser observada.

TB: Você é considerado um dos representantes do autêntico forró pé de serra por todo país. Concorda com isso? Por quê?
AC: Eu faço forró e me preocupo muito com o que posso contribuir efetivamente para a cultura do meu país. Com a geração atual e as que virão. Sei da responsabilidade das minhas ações como uma pessoa pública. O meu público tem me sinalizado a seguir esse caminho e assim será.

TB: Ano passado você levou um pouco da cultura nordestina para os Estados Unidos. Foi bem recebido lá?
AC: Muito bem recebido, tanto pela comunidade brasileira quanto pelos americanos.  

TB: Seus filhos trabalham com você. Como é essa relação de pai e “patrão”?
AC: Sim, desde o início da carreira eles trabalham comigo, antes como dançarinos e agora eles gerenciam minha carreira. Na empresa não existe distinção, lá eles ocupam cargos e assim como os demais, cumprem as obrigações e há cobranças. 

TB: Dá pra conciliar a agenda, o assédio dos fãs e a família?
AC: Dá sim. Temos que saber separar cada situação. Tenho meus momentos dedicados a atender os fãs, para a correria da carreira, estrada e também para a família, que não abro mão. Minha esposa é companheira, está sempre comigo, inclusive nas viagens, meus filhos me acompanham sempre que podem, mas cada um já tem sua família formada, então como pai e avô coruja, preciso de tempo também para estar perto.