Destaco trecho de reflexão que fiz na noite desta quarta-feira (12/3) para formandos em curso de Jornalismo: "Investiguem, apurem, denunciem quando for o caso, com a correção, a clareza, a neutralidade que são o sustentáculo da profissão, mas sem perder de vista o fato de que o jornalista não pode tratar como culpados os que são apenas suspeitos."
E disse isso pensando nesse episódio da lista que teoricamente conteria "jabazeiros" (corruptos) da Imprensa baiana.
Não tenho dúvidas ao afirmar: em todo esse caso, a Imprensa baiana - com raras e honrosas exceções - fez um péssimo jornalismo.
A começar pelo fato de que divulgou amplamente o conteúdo de um pedaço de papel que alguém "vazou" na Internet. Seria preciso - isso é fundamento do bom jornalismo - apurar, checar a veracidade das informações antes de sair enxovalhando a vida das pessoas.
É obrigatório separar o joio do trigo, ou seja, os corruptos - se os há - dos que apenas prestaram serviço ao clube.
Se o médico (ou engenheiro, por exemplo) mata por imperícia, o jornalista destrói vidas por imprudência ou irresponsabilidade.
Não tenho dados para culpar ou inocentar ninguém, nesse caso. Por isso mesmo não tenho o direito de colocar a todos na mesma lista. A nenhum jornalista foi dado esse direito.