Alberto Oliveira

Brasil joga para a plateia na questão da espionagem feita pelos Estados Unidos

A presidente Dilma Rousseff está no Uruguai, nesta sexta-feira (12/7) e, junto com vários líderes regionais, prepara declaração de repúdio ao esquema de espionagem dos Estados Unidos a cidadãos norte-americanos e estrangeiros, denunciado pelo ex-consultor Edward Snowden.

Bobagem.

O excelente livro "A caçada", escrito por Jack Bowden, mostra como os serviços de espionagem americanos encontraram Bin Laden e descreve a operação que culminou na morte do terrorista.

O mais impactante na obra, no entanto, é o relato minucioso de como os Estados Unidos montaram o mais poderoso e abrangente sistema de captura de informações.

Se Obama quiser lhe pegar, ele vai lhe pegar, mesmo que você se enterre no Raso da Catarina. Mas, antes, satélites americanos vão lhe fotografar de todos os lados, e, se Obama autorizar, um avião não-tripulado vai lhe acertar um míssel bem no meio da testa.

Todo mundo no governo brasileiro e nos outros sabe disso. Até eu sabia. Então qual o motivo do espanto?

(A propósito, vai que ele está espionando esta coluna, bom dia, Obama, lembranças a Dona Michelle, como estão as filhas Natasha e Malia Ann, crescendo firmes?)

Alguém com um mínimo de seriedade acha mesmo que Barack Obama  vai se importar porque dona Dilma ou Evo Morales estão "chateados" com a espionagem?

Será que Obama vai dizer: "Desculpe, gente, foi mal, vou desmantelar todo o aparato que passamos mais de 10 anos construindo e no qual investimos trilhões de dólares"?

O mais ridículo são as autoridades brasileiras virem a público com a cascata de que que vão lançar um satélite para proteger o país. Acorda, Brasília! Não conseguimos nem sinal nos celulares e vocês ficam falando em bloquear a inteligência americana?

Temos é que ficar rezando para que Obama não decida colocar nos jornais o que está descobrindo sobre a gente.