Alberto Oliveira

E o Brasil volta a dizer o que sente

Fez-se silêncio durante tempo longo demais. A mudez acabou ruidosamente. E os jovens brasileiros voltaram a ocupar as ruas como palco legítimo. Insatisfeitos com os rumos que se deu e se pretende dar ao país. Gritando contra os desmandos. Exigindo providências. Rejeitando a corrupção instalada em amplos setores do governo. 

A presidente Dilma Rousseff, estrepitosamente vaiada no estádio Mané Garrincha, durante a abertura da Copa das Confederações, parece ter entendido o recado, ao contrário do manda-chuva da Fifa, Joseph Blatter, que queria saber onde estava o respeito.

Sr. Blatter, o respeito se perdeu nas filas de desesperanças; nos matadouros travestidos de hospitais públicos; nas tantas salas de aula sem cadeiras, sem teto, sem professores; na insegurança que trancafia os cidadãos em sua própria casa; na roubalheira desenfreada.

Eram as tantas mazelas do Brasil que o senhor ouvia, no Mané Garrincha, não eram vaias, e que estão na base das manifestações que pipocam por todo o país. 

É prudente que se ouça a voz que sobe das ruas.

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Rede Globo, o que aconteceu?
Vejo, na Globo, amplo noticiário sobre as manifestações de estudantes nas ruas. De Norte a Sul. Do Oiapoque ao Chuí. 

Aguardo a cobertura sobre os protestos ocorridos em Salvador. Nada. Nothing. Niente. Nichs. Rien. Nihilo. Nada de nada, vezes nada.

Estranhei um pouquinho.