Alberto Oliveira

O que estão fazendo com Salvador?

Um setor destoa da administração do prefeito ACM Neto: a gerência do trânsito. Sem dúvida o caos em que está mergulhada a cidade, nos últimos meses, não pode ser depositado integralmente na conta do ex-prefeito João Henrique.

O que aconteceu nos últimos 5 meses? O número de veículos cresceu geometricamente? É evidente que não. A quantidade de vias foi reduzida de forma drástica? A resposta é a mesma: não. Então o que mudou? A administração da Transalvador. Que já era ruim.

O que se vê, na cidade, são intervenções aleatórias, que não revelam planejamento, que não permitem vislumbrar tenha sido feita qualquer simulação. Recorre-se ao método ineficaz de tentativa e erro.

Torram-se os recursos do erário - que são minguados -, e a paciência dos contribuintes - que têm se mostrado infinita.

Veja-se o que foi feito recentemente na Avenida Tancredo Neves. Fechou-se o retorno para o Costa Azul, em operação com um sem número de policiais e cadê? Sumiu três dias depois.

Há 15 dias, o superintendente da Transalvador, Fabrizio Muller, levou 3 caminhões-guinchos para o Alto do Itaigara, sem a intenção de rebocar carro nenhum, como disse.
Em uma rua sem saída, área menor que a de um campo pequeno de futebol, encheu o espaço de cones e prometeu que a Transalvador iniciaria um estudo já na segunda-feira seguinte, para reordenar o estacionamento de veículos. 15 dias já se passaram. E nada.

Se a Transalvador não consegue fazer um estudo para uma área minúscula, imagine para uma das grandes avenidas da cidade.

O prefeito ACM Neto precisa voltar-se diretamente para a questão do trânsito. Por que sabe como é difícil construir uma imagem de competência, e quão fácil é desmontá-la.

As principais vias da cidade ficaram travadas, na manhã desta sexta-feira (14/6); o horror se repete agora à noite. Sem chuva. Virou uma desagradável rotina. Dia a dia.

Repete-se a questão do início. O que mudou, na cidade?

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E tome censura...
O vereador Marcell Moraes quer proibir a música "Atirei o pau no gato", por achar que ela faz as crianças acreditarem que se deve espancar os animais.

É uma atitude perigosa, a do vereador. Daqui a pouco pode aparecer alguém querendo proibir as musiquinhas dos partidos políticos, alegando que introjetam nas crianças a ideia de que mentir é normal.

Censura a gente sabe como começa, nunca de que forma termina. Mas é sempre ridícula, à luz da história.

Um contribuição para o vereador Marcell Moraes. Será que ele sabe existirem mães desalmadas que aterrorizam seus filhos cantando que serão devorados pelo bicho-papão? Vou ficar esperando que projeto pode sair daí.