Carlinhos Brown é, sem dúvida, o melhor compositor baiano dos últimos muitos anos.

E sua caxirola, baseada no caxixi, foi o que de melhor se viu na Arena Fonte Nova, nesse domingo (28/4).

A torcida usou o instrumento o tempo inteiro - principalmente a do Vitória, por motivos óbvios; estava batendo outra vez no Bahia -, mas o que fizeram integrantes da torcida Bamor, jogando-as no gramado, não pode passar em branco.

Atitudes desrespeitosas como a que se viu na Fonte Nova têm que ser coibidas.

Se o torcedor do Bahia está furioso com os dirigentes do seu time - e tem todos os motivos do mundo para isso - não possui o direito de jogar objetos em campo.

Foi um desrespeito: ao espetáculo, à arte, à cultura, à civilidade.

Parte da torcida mostrou que não reúne as mínimas condições para frequentar os estádios. 

A Arena Fonte Nova conta com equipamentos que permitem identificar a todos. Se quiser manter a boa convivência, obrigatoriamente precisa impedir que todos eles voltem ao estádio. Deve barrá-los. Proibir que entrem.

Caso contrário, pare de ficar avisando que todos estão sendo filmados. Recolha as câmeras, deixe a barbárie invadir a Fonte Nova. E afaste as famílias de lá.

A polícia filmou tudo. O que vai fazer com a gravação? Arquivar? Se fizer isso, estará incentivando outras ações semelhantes.

A Federação Baiana de Futebol tem acesso às fotos, gravações. Vai ficar em cima do muro? Vai passar a mão pela cabeça da torcida organizada, do clube? Se o fizer, estará sendo conivente e estimulando atitudes que devem ser rejeitadas por qualquer pessoa civilizada.

As famílias que querem ir à Fonte Nova aguardam o que farão os responsáveis pela Arena, o que fará a Polícia, que atitude tomará a Federação Baiana de Futebol. E, certamente, apontarão os que forem omissos.