Gente, que tanta chuva é essa? Crendeuspadre! Será o dilúvio parte 2? Eu saí outro dia, descuidada, sem olhar a meteorologia – nem o meu calo de estimação doía – quando, de repente... tchuuuuuuáááá! O maior toró. Água pra tudo que foi lado. E com uns motoristas educadíssimos, passando com toda velocidade, espanando água e sujeira, foi duro!

Eu já disse: sou mulher de verão, de açúcar, do que vocês quiserem, mas, me poupem! Tenho pavor de temporal, morro de medo de chuva forte, que nem os antigos. E não é d’agora, não: desde menina pequenininha, lá em Ibicaraí, que eu sou assim.

Meu amigo Joaci Bastos me ligou todo feliz lá de Luis Eduardo, dizendo que o povo estava para ir dançar na rua porque a chuva estava caindo firme. Aí, tá certo. Que chova no sertão, nas nascentes, nas roças; até que chova aqui na cidade, mas quando eu estiver dentro de casa. Aí, eu não me importo.

Ainda bem que eu me aposentei da Facom e não tenho mais que ir dar aula. Eu adorava, mas era duro ter que sair de Itapuã, debaixo do maior toró porque os ‘anjinhos’ estavam me esperando em Ondina; e eu não filava aula. Juntava chuva com engarrafamento e o coração saía pela boca (sou mesmo mulher de verão, admito). Ainda bem que acabou por enquanto: os caras do tempo já disseram que a partir desta segunda a chuva vai embora. Que vá para onde é necessária. Saravá!

Agora me diga quem entende este País: dia 21 de abril, dia da luta pela libertação do Brasil de Portugal, no movimento que se chama Inconfidência Mineira, é feriado pela morte de Tiradentes. Mas dia 22 de abril, dia do descobrimento deste nosso país maravilhoso, da nossa terrinha amada, pasmem! Não é feriado, não é nada. Pode? Só ‘froide’ explica.

Tem feriado até para aniversário de boneca, mas não para o descobrimento do Brasil. Sempre fui intrigada com isso. Alguém me explica? Todo lugar do mundo faz festa, é feriado. Até Ibicaraí, I-bi-ca-ra-í, cara, faz festa e comemora o dia 22 de outubro, dia emancipação. E no aniversário do descobrimento do nosso Brasilzinho amado... nada! Cabral deve estar soltando fumaça e esperneando na tumba com o desprestígio. Com toda razão!

Mas eu fiquei surpresa e feliz com a ligação de uma funcionária da UFBA, me convidando para uma solenidade quarta-feira, 24, no Teatro Martim Gonçalves, onde a nossa Reitora Dora Leal terá encontro com professores aposentados. Estarei lá, querida Reitora, para ajudá-la no que – e se for – preciso. E obrigada: até que enfim alguém se lembra que nós existimos.

Mas vamos nos preparar para se espichar ao sol, andar na orla, exercitar. Eu já estou saltitante por poder voltar a nadar nas minhas deliciosas piscinas no Costa Verde. Enfim, com o sol, a vida volta ao normal sem toró. Joaci, fique você feliz com a sua chuva em Luís Eduardo. Aqui já está de bom tamanho.

Mas não abro mão de provar o ‘Furrundu’, o famoso doce cuiabano feito de mamão e rapadura de cana, que é uma maravilha do Mato Grosso! Linei me prometeu. Diga a ela que com chuva ou sem chuva, ela mande este tal de ‘furrundu’ para eu conhecer. A receita, eu já recebi. Falta o produto. E Linei sabe que, de cozinha eu só sei lavar pratos e cortar verduras. O resto, tô fora. Mas sei dar receita. Se você quiser, bonitinha, adiantar o seu lado para o aniversário do nosso Brasil, anote aí.

Furrundu do Mato Grosso

Ingredientes:
-- 3 mamões verdes
-- 2 rapaduras
-- Gengibre, cravo e canela

Modo de Preparar:
• Ralar os mamões na parte mais grossa do ralo
• Levar ao fogo com a rapadura, gengibre, cravo e canela
• Deixar cozinhar em fogo brando, mexendo sempre, até aparecer o fundo da panela
• O ponto é o seu desejado (de colher ou de tablete)
• Servir gelado

Dica de Linei: Tem quem goste de acrescentar coco ralado, mas a receita original não tem esse ingrediente.

Saboreie, minha amadinha, com o seu bem-querer, cantando parabéns para o nosso Brasilzinho amado.