O bairro da Liberdade será palco, no dia 29 de junho (domingo), das 10h às 16h, de uma grande celebração da cultura popular nordestina com a realização do Festival de Quadrilhas Juninas da Liberdade – Uma Homenagem ao Mestre Chicão.
O evento, que acontece na quadra do Largo do Sieiro, marca a retomada dos tradicionais festivais juninos nos bairros periféricos de Salvador, como ocorria nas décadas de 1980 e 1990.
Natural de Itaparica e morador da Liberdade desde a infância, Francisco Pedro Ribeiro Rocha — o eterno Chicão — foi marcador da histórica quadrilha João Froxó nos anos 1970 e, mais tarde, idealizador da Sapeca Yaiá, formada por idosos do Centro Social Urbano da Liberdade.
Quadrilhas
Diferente de uma competição, o evento promove o reencontro das comunidades com suas raízes, por meio de espetáculos coreografados, figurinos tradicionais e a simbologia do casamento na roça.
Os grupos que se destacarem nos quesitos de coreografia, figurino, musicalidade, casal de noivos e casal majestoso receberão brindes especiais, definidos por votação popular nas redes sociais.
Entre os grupos confirmados estão quadrilhas tradicionais e estilizadas de diferentes bairros da cidade, com formações infantis e adultas. A Mirim Forró do Luar, de Massaranduba (Cidade Baixa), traz cerca de 50 anos de história com um trabalho voltado para crianças e adolescentes. Neste ano, apresenta o “casamento” entre a bandeirola e o balão, unindo tradição e conscientização.
Do bairro de Pero Vaz, a Forró Mandacarú, fundada em 1999, retorna após mais de uma década de inatividade e celebra seus 25 anos com um espetáculo especial. Também oriunda do Pero Vaz, a Mirim Germe da Era foi fundada em 1981 por Dona Naná, a partir do Grupo de Samba Junino Germe da Era e da tradicional Trezena de Santo Antônio. É a quadrilha mirim mais antiga e em atividade contínua da cidade, criada para dar protagonismo às crianças, e segue hoje sob o comando da família Gonzaga Estrela, mantendo viva a cultura junina entre a infância e a juventude do bairro.
A premiada Forró Asa Branca, do Cabula/Resgate, com 33 anos de trajetória, é a única quadrilha baiana a vencer o Campeonato Nacional de Quadrilhas Juninas (2012), unindo dança, teatro e poesia em suas apresentações.
A Quadrilha Capelinha do Forró, do bairro de Capelinha, foi fundada em 1998 por quadrilheiros locais e conta com cerca de 80 integrantes, com ensaios iniciados já em janeiro.
Nascida no Pau Miúdo, a histórica Forró do ABC foi fundada em 1982 dentro de uma escola, destacou-se ao longo dos anos por trabalhar com temas autorais e montar sua própria banda, tornando-se referência no cenário junino baiano e pela conquista de diversos títulos em concursos juninos. Atualmente, está sediada no bairro da Liberdade.
Completam a programação as quadrilhas Flor de Chita, Sapeca Yaiá e Cristais do Amor, que reforçam a diversidade do Festival e evidenciam o papel das quadrilhas como expressões vivas da cultura popular soteropolitana.
O Festival traz a Cristais do Amor, formada por jovens com deficiência e idealizada por mães atípicas.
Participam ainda a Sapeca Yaiá, composta por idosos e fundada pelo Mestre Chicão — homenageado da edição —, e a Flor de Chita, quadrilha mirim criada em 2024 no Engenho Velho de Brotas.