É de estarrecer a revelação feita pelo capital Josiel Ferreira, do Corpo de Bombeiros de Salvador, em reportagem publicada pela Tribuna da Bahia, assinada pela jornalista Leidiane Brandão.
Sente-se, porque é informação para se receber sentado: o Corpo de Bombeiros só pode fiscalizar uma casa de espetáculos se o proprietário pedir, porque falta no Estado uma lei de prevenção e pânico relacionada a incêndio.
O que há é uma lei municipal que abrange apenas Salvador e a cidade de Feira de Santana, cada uma com suas normas individuais.
Segundo o capitão, para a vistoria de um projeto de uma boate que não oferece tanto risco de incêndio é cobrado uma taxa de 0,70 centavos por metro quadrado de área construída.
Apesar do valor, ele informou que são raras as vezes que o Corpo de Bombeiro é chamado para realizar a vistoria nesses estabelecimentos.
Há de se perguntar aos senhores deputados: como os senhores explicam isso?
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Comparando avô e neto
O prefeito ACM Neto pode até rejeitar a comparação, mas ela inevitavelmente será feita durante toda sua administração à frente da Prefeitura de Salvador.
Diante de problemas, a pergunta é natural: o que faria o avô, Antonio Carlos Magalhães, nessa situação?
É o que discutia um grupo, nessa segunda-feira (28/1), a respeito do incêndio que matou 231 pessoas em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
A dúvida era, apenas, se o avô do atual prefeito mandaria fechar todas as casas de espetáculo e, depois passar um pente fino, ou se o processo começaria com uma fiscalização rigorosa, seguida do fechamento das irregulares.
Houve desacordo, no grupo.
O neto preferiu a segunda hipótese. É mais republicana, para usar um termo tão do agrado do Partido dos Trabalhadores, e que, a rigor, nada significa.
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