Alberto Oliveira

Bahia é terra sem lei

Alberto Oliveira

É de estarrecer a revelação feita pelo capital Josiel Ferreira, do Corpo de Bombeiros de Salvador, em reportagem publicada pela Tribuna da Bahia, assinada pela jornalista Leidiane Brandão. 

Sente-se, porque é informação para se receber sentado: o Corpo de Bombeiros só pode fiscalizar uma casa de espetáculos se o proprietário pedir, porque falta no Estado uma lei de prevenção e pânico relacionada a incêndio.

O que há é uma lei municipal que abrange apenas Salvador e a cidade de Feira de Santana, cada uma com suas normas individuais.

Segundo o capitão, para a vistoria de um projeto de uma boate que não oferece tanto risco de incêndio é cobrado uma taxa de 0,70 centavos por metro quadrado de área construída.

Apesar do valor, ele informou que são raras as vezes que o Corpo de Bombeiro é chamado para realizar a vistoria nesses estabelecimentos.

Há de se perguntar aos senhores deputados: como os senhores explicam isso?

***

Comparando avô e neto
O prefeito ACM Neto pode até rejeitar a comparação, mas ela inevitavelmente será feita durante toda sua administração à frente da Prefeitura de Salvador.

Diante de problemas, a pergunta é natural: o que faria o avô, Antonio Carlos Magalhães, nessa situação?

É o que discutia um grupo, nessa segunda-feira (28/1), a respeito do incêndio que matou 231 pessoas em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

A dúvida era, apenas, se o avô do atual prefeito mandaria fechar todas as casas de espetáculo e, depois passar um pente fino, ou se o processo começaria com uma fiscalização rigorosa, seguida do fechamento das irregulares.

Houve desacordo, no grupo.

O neto preferiu a segunda hipótese. É mais republicana, para usar um termo tão do agrado do Partido dos Trabalhadores, e que, a rigor, nada significa.

Leia também
-- Só um milagre impede uma tragédia nas casas de show baianas