Alberto Oliveira

O que os secretários deveriam ter ouvido no discurso de ACM Neto

Alberto Oliveira

Em seu discurso de posse à frente da Prefeitura de Salvador, ACM Neto fez questão de deixar claro um ponto: governaria sem reclamar de heranças malditas. Ou seja, evitaria a desculpa fácil, usada quase sempre para justificar paralisações administrativas.

Pois os secretários deveriam ter acompanhado o discurso do prefeito com atenção. Ao menos deveriam ter lido o texto, distribuído antecipadamente (tenho uma cópia, que cederei sem problemas).

O que se tem ouvido são esses dirigentes a reclamarem de restos a pagar, de estruturas sucateadas, de erros na administração passada.

Ora, houve um longo e facilitado período de transição, entre o governo de João Henrique e o de ACM Neto.

O que fizeram esses secretários, que só agora estão tomando conhecimento das dificuldades? E, afinal, tem eles capacidade de superá-las?

A choradeira começa a deixar preocupada a população mais atenta.

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O caos no ferry
Ainda na semana passada, a Agerba, responsável agora pelo sistema ferry-boat, resolveu adotar uma decisão que alguém deve ter considerado inteligente para resolver seus problemas: demitiu o assessor de Comunicação.

Para mim, uma dessas surpresas definitivas, porque nunca me passara pela cabeça que um assessor de Comunicação pudesse estar segurando os navios do ferry, impedindo os usuários de embarcar, alongando as filas ao desespero.

Em minha inocência, achava que esses problemas todos advinham de incompetência administrativa, que assessor de Comunicação nenhum do mundo - os responsáveis, ao menos - consegue esconder.

A função desse assessor é criar um canal eficiente de comunicação entre a empresa e os diversos públicos, nunca a de esconder mazelas, por exemplo.

E as mazelas do ferry explodiram nessa quarta-feira (9/1), uma dia de semana normal, longe de feriados.

Ferrys quebrados, filas quilométricas, horas de espera. O caos de sempre. 

Ah! Então a culpa não era do assessor?