
Foi um jogo para testar o coração e os nervos do torcedor flamenguista. O campeão carioca precisava de um empate, apenas, para avançar às semifinais da Copa Libertadores, em jogo contra o Estudiantes, no Estádio Jorge Luis Hirschi, em La Plata, Argentina, depois de ter vencido por 2 a 1 no Maracanã.
Mas tomou um gol no último lance do primeiro tempo (Gastón Benedetti) e perdeu a partida por 1 a 0, levando a decisão para os pênaltis.
O goleiro Águstin Rossi brilhou, defendendo duas penalidades, e os jogadores do Flamengo (Jorginho, Luiz Araújo, Carrascal e Léo Pereira) acertaram todas as cobranças, consolidando o avanço do Flamengo, que agora enfrentará outro time argentino: o Racing.
Como foi o jogo
A partida começou com Estudiantes impondo uma marcação densa e pressionando nas laterais. Arrancadas velozes e trocas de passes curtos tentavam furar o bloqueio do Flamengo. Por sua vez, o rubro-negro apostava no contra-ataque e na qualidade individual de nomes ofensivos para definir.
Aos 45′+2 da etapa inicial, em lance pela esquerda, Gastón Benedetti, do Estudiantes, chutou cruzado e fez um gol que incendiou o estádio e trouxe drama ao confronto.
No segundo tempo, o Flamengo precisou se lançar à frente. Mas a equipe argentina permaneceu organizada, contendo bem as jogadas de ataque adversárias. O Flamengo teve lampejos de perigo, especialmente em cruzamentos e tentativas de infiltração, porém esbarrou em finalizações imprecisas ou bola interceptada pela defesa. Estudiantes também tentou surpreender em transições, com contragolpes rápidos.
Análise tática
O Flamengo chegou à Argentina com um plano claro: jogar de forma pragmática, mantendo equilíbrio defensivo e tentando matar a partida em transições. O Estudiantes apostou em uma retaguarda compacta, bloqueio no meio-campo e contra-ataques explorando a velocidade dos extremos e eventualmente cruzamentos para Benedetti e Carrillo.
No aspecto físico, o Estudiantes mostrou fôlego e resistência emocional para manter a pressão mesmo nos momentos de dificuldade. O Flamengo, por sua vez, oscilou entre momentos de superioridade técnica e lapsos de criatividade, especialmente com dificuldades para organizar fluidez ofensiva quando o adversário se fechava.
Taticamente, o Flamengo teve três desafios principais:
-- Superar a linha média adversária, que se apresentou com menor distância entre setores.
-- Criar variações de profundidade, já que jogadas pelos flancos foram frequentemente neutralizadas.
-- Exigir o goleiro rival com arremates de fora ou jogadas de bola parada, uma vez que infiltrações pelas pontas estavam bem vigiadas.
O Estudiantes soube se impor no campo e usar o momento emocional de estar em casa para buscar o empate agregado com intensidade defensiva. No entanto, na prancheta mental dos pênaltis, Flamengo revelou serenidade e competência técnica.