
Depois de quatro anos de melhora no desempenho, o Brasil caiu, pelo segundo ano consecutivo, no Índice Global de Inovação (IGI), ficando na 52ª posição entre 139 economias.
O ranking da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), divulgado anualmente em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), analisa 80 indicadores, entre insumos de inovação (inputs) e resultados de inovação (outputs).
O país perdeu a liderança entre as 21 economias da América Latina e Caribe, sendo ultrapassado pelo Chile, e é o 5º entre os 36 países de renda média-alta, atrás de China, Malásia, Turquia e Tailândia. A melhor colocação do Brasil no IGI foi em 2011, quando ficou em 47º.
O país tem desempenho melhor nos indicadores de outputs (50º) que nos inputs (63º), o que significa grande capacidade de utilizar o ecossistema de inovação e converter os investimentos em resultados. Para o diretor de Desenvolvimento Industrial, Tecnologia e Inovação da CNI, há necessidade de explorar melhor as potencialidades.
“Precisamos melhorar indicadores de educação, especialmente nas áreas de ciência e engenharia, e de mais investimento em infraestrutura e pesquisa e desenvolvimento, que, há alguns anos, são gargalos para o setor produtivo. Por outro lado, temos uma produção científica e negócios sofisticados, além de avanços na área de tecnologia da informação”, observa Jefferson Gomes.
Segundo o Índice Global de Inovação, os indicadores em que o Brasil se destaca são:
-- Mercado consumidor (que nos coloca no 7º lugar no mundo)
-- Alto volume de marcas registradas (9º)
-- Negócios de capital de risco em estágio avançado (16º)
-- Importações de serviços de tecnologia da informação e comunicação (17º)
-- Pagamentos de propriedade intelectual (17º).
Dados complementares do índice, reunidos no Innovation Tracker, mostram a evolução de indicadores no curto prazo. Segundo o IGI, o país avançou significativamente em: veículos elétricos (132,6% entre 2023-24), 5G (86,9% entre 2022-23), registro internacional de patentes (23,9% entre 2023-24) e robôs (10% entre 2022-23).
Já os pontos fracos do país são:
-- Estabilidade regulatória para negócios (128º)
-- Formação bruta de capital (118º)
-- Taxa tarifária aplicada (106º)
-- Graduados em ciências e engenharias (100º)
-- Cultura empreendedora (78º)
Líderes em inovação
Os 10 países mais inovadores continuam praticamente os mesmos do ano passado, com Suíça, Suécia e Estados Unidos na liderança, algumas alternâncias nas posições seguintes e a China entrando no top 10 pela primeira vez.
-- 1º Suíça
-- 2º Suécia
-- 3º Estados Unidos
-- 4º República da Coreia
-- 5º Singapura
-- 6º Reino Unido
-- 7º Finlândia
-- 8º Holanda
-- 9º Dinamarca
-- 10º China