
Nenhum ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) compareceu ao desfile cívico-militar de 7 de Setembro de 2025, em Brasília, ato que marcou, além da data simbólica da Independência, o contexto tenso em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ausência, ainda que os magistrados tenham sido formalmente convidados, foi vista como escolha calculada em prol da separação institucional entre os Poderes.
A solenidade neste 7 de Setembro, realizada na Esplanada dos Ministérios, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da primeira-dama Janja da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, do presidente da Câmara, Hugo Motta, além de diversos ministros do governo e comandantes militares.Contudo, nenhum integrante do STF participou do ato.
A ausência dos magistrados ocorre justamente em meio ao julgamento de Bolsonaro e outros réus na Primeira Turma do STF, por tentativa de golpe de Estado, processo que vinha movimentando o cenário político.
Essa omissão foi interpretada por autoridades e analistas como um gesto de autonomia: evitar o ato público pode sinalizar uma atitude de neutralidade institucional em relação ao Executivo.
Comparativo com edições anteriores
Em 2024, a situação foi diferente: ministros como Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin participaram do desfile, inclusive com almoço posterior no Palácio da Alvorada.
Já este ano, como mostrou a CNN, Luís Roberto Barroso não se encontra no Brasil -- está na França -- e a ausência coletiva se destaca, pois no ano anterior houve representação significativa da Corte.
Fontes ouvidas pela imprensa, como em notícias da CNN, VEJA, O Globo e Poder360, indicam que os ministros deliberadamente evitaram o desfile para evitar desgaste político durante o julgamento do chamado "núcleo da trama golpista".
O contexto exige cautela, pois o Supremo está no centro de uma das pautas mais sensíveis da vida política recente -- acusação de tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente.