Colocar o santo de cabeça para baixo - Guarde uma imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo em um copo com água ou cachaça, pedindo que ele só volte à posição normal quando atender ao seu pedido de casamento.
Esconder o Menino Jesus da imagem - Retire o Menino Jesus dos braços do santo e diga que só o devolverá quando conseguir um amor verdadeiro.
Fita com nome do pretendente - Amarre uma fita branca com o nome da pessoa desejada na imagem de Santo Antônio e reze durante 13 dias seguidos.
Chá do Santo Antônio - Beba o chá feito com lascas do “pau da bandeira” da festa local, acreditando que a bebida ajuda a encontrar um parceiro.
Simpatia do papel dobrado - Escreva o nome de três pretendentes em pedaços de papel, dobre-os e coloque sob o travesseiro. No dia seguinte, escolha um sem olhar — esse será o nome do futuro amor.
Colher de pau - Coloque uma colher de pau atrás da porta com um bilhete pedindo um bom marido. Deixe até o dia 13 e reze uma oração ao santo.
Simpatia do cravo na água - Coloque um cravo-vermelho em um copo com água e deixe próximo à imagem do santo. Faça seu pedido de forma sincera e troque a flor a cada semana até que o pedido se realize.
Dormir com o nome da pessoa amada - Escreva o nome da pessoa desejada em um papel e coloque sob o travesseiro, dormindo com ele por três noites seguidas. A tradição diz que a pessoa pode aparecer em sonho.
A fita da cintura - Amarre uma fita ao redor da cintura enquanto reza 13 vezes a oração do santo, pedindo para encontrar um amor fiel.
O pão de Santo Antônio - Pegue um pão abençoado no dia 13 de junho e guarde em casa para nunca faltar alimento e atrair um companheiro generoso.
A origem
O Dia de Santo Antônio, celebrado no dia 13 de junho, tem origem na memória de Fernando Martins de Bulhões, nascido por volta de 1195 em Lisboa, Portugal.
Filho de família nobre, ele renunciou ao conforto da vida aristocrática para abraçar a vocação religiosa.
Iniciou sua trajetória na Ordem dos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho, mas em 1220 entrou para os franciscanos, adotando o nome Antônio, e dedicou a vida à pregação, à defesa dos pobres e a uma intensa atividade missionária que o levou a Marrocos, França e Itália.
Em Pádua, cidade onde se estabeleceu nos últimos anos de vida, Antônio tornou-se conhecido não apenas por sua eloquência, mas também pelos milagres a ele atribuídos — como o célebre sermão aos peixes, cujo episódio simboliza sua capacidade de encantar até as criaturas da natureza.
Em 13 de junho de 1231, ele morreu aos 36 anos, numa situação que rapidamente o consagrou aos fiéis.
Menos de um ano depois, no dia 30 de maio de 1232, foi oficialmente canonizado pelo Papa Gregório IX — uma das canonizações mais céleres da história da Igreja Católica.
Em 1946, recebeu o título de “Doutor da Igreja”, reconhecimento atribuído pelo Papa Pio XII.
A devoção popular a Santo Antônio cresceu sobretudo por conta de sua reputação como “santo casamenteiro” — defensor do amor verdadeiro contra os casamentos puramente financeiros.
Histórias relatam que ele ajudava moças sem dote a conquistar pretendentes, e lendas populares narram episódios pitorescos, como uma estátua lançada pela janela que teria atingido um jovem que se apaixonou pela imagem, dando origem a um vínculo matrimonial.
Essa fama se consolidou e até influenciou a criação do Dia dos Namorados no Brasil, comemorado em 12 de junho, data simbólica ao santo.
A celebração religiosa do dia 13 de junho está presente em vários países, com destaque para Portugal, Brasil e Itália. Em Lisboa, sua cidade natal, junho é sinônimo de festa: arraiais, bandeirinhas e os tradicionais manjericos — vasos de manjericão com quadras populares — vibram nas ruas de Alfama, Mouraria e Bica.
As marchas populares pela Avenida da Liberdade e os casamentos comunitários simbolizam a forte presença do santo na cultura local. O dia 13 é feriado municipal, marcado por missas, procissões e muita música.
No Brasil, a devoção mistura fé e tradição junina: o Dia de Santo Antônio abre o ciclo que segue com São João (24) e São Pedro (29). Herdado de Portugal no século XIV e adaptado com influências indígenas e africanas, o festejo envolve fogueiras, quadrilhas, comidas típicas — canjica, quentão, milho assado — e simpatias populares.
Desde o Nordeste até o Sudeste, é comum encontrar missas, procissões, distribuição de pães abençoados e encenações de casamentos. A crença de que o santo ajuda a encontrar um parceiro leva muitos a adotarem práticas como acender velas de mel e canela ou enterrar papéis com nomes desejados.
Entre as festas regionais brasileiras, Barbalha (Ceará) se distingue com sua célebre “Festa do Pau da Bandeira”. Com mais de 150 anos de tradição, mistura procissão, repentistas, quadrilhas e capoeira no cortejo do símbolo sagrado, acompanhado de simpatias como o chá do “pau da bandeira”, tomado por solteironas que pedem bênçãos para encontrar marido.
Já em Borba (Amazonas), desde meados do século XVIII, a festa se estende por dias, com a tradição de colocar notas e fitas sobre a imagem do santo . Em Salvador, missas, novenas e procissões duram uma semana, culminando com procissão e distribuição do tradicional pão de Santo Antônio .
Em Pádua, o santificado é homenageado com missas solenes, peregrinações e celebrações que atraem devotos do mundo todo. A majestosa Basílica de Santo Antônio de Pádua, construída sobre o local de seu túmulo, permanece um dos maiores centros de peregrinação católica.
Em mais de oito séculos, Santo Antônio se mantém uma figura de profunda presença cultural e religiosa. De intelectual e pregador, tornou-se intercessor das causas do coração, patrono dos pobres, viajantes e dos objetos perdidos, graças aos muitos milagres relatados nos séculos.
A tradição segue unida à festa popular: em junho, as cidades vestem-se de cor, fé e esperança, enquanto comunidades se reúnem para renovar devoção e celebrar a vida, o amor e o legado de Fernando de Bulhões — o santo que, há quase 800 anos, continua a inspirar multidões.