A programação no Largo Pedro Arcanjo, no Pelourinho, em Salvador, terá mais de 40 atrações em seis dias de shows, sempre a partir das 17h30, com o tema “Maior que a festa, só o nosso amor”.
Quem abre os trabalhos por lá é Vitera, às 17h30 dessa quinta-feira (19 de junho). Na sequência, se apresentam Bandana, Jorge Zarath, Tenison Del Rey, Juciê, Gleydson Gavião e Forró Casa Nova. Na sexta-feira (20), mais atrações gratuitas para o público. TK - Tarcísio Kleber abre o dia, seguido por Julio César, banda Pra Casar, Forró das Elétricas, Pirilampo, Pericles e Leonardo e Cole Comigo.
Sábado (21) e domingo (22) a agenda por lá não para. O primeiro dia do final de semana tem Forró Didaendoido, Diego Vieira, Marcia Freire, Oswaldinho Dr. da Sanfona, Isqueminha, Jammil e Uma Noites e Pedrinho PS. No domingo o público pode conferir Dois Amores, Bando Lua Cheia, Ikaro Mendes, Juliano Madeirada, Zé Paulo, Quininho de Valente e Igor Serravale.
Segunda-feira (23) a festa continua no Largo. A primeira atração do dia é a dupla Alex & Camargo. Depois, Raynel Guedes, Cangaia, Pedro Rosa, Fabinho Play, Jow e Samba Prime assumem a programação. Já a despedida dos festejos juninos será na terça-feira (24), com os shows de Patrick Levi, banda Licor com Mel, Giannine Alencar, Sala de Reboco, Cheiro de Milho, Pedro Libe e Madina Lyve.
Samba junino
Uma manifestação cultural tipicamente soteropolitana, que nasceu na década de 1970 e reconhecida pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) como Patrimônio Cultural Imaterial de Salvador, o samba junino também faz parte dos festejos na capital baiana.
Entoados sob a influência do samba duro, os grupos mantêm a tradição em diferentes bairros da cidade, a exemplo do Engenho Velho de Brotas, Federação, Garcia, Matatu, Pituaçu, Tororó e Canabrava.
“O samba junino é uma expressão cultural afro-brasileira autêntica de Salvador, surgida em torno dos terreiros de candomblé e das matrizes referenciais do samba de caboclo e do samba de roda. Os ensaios dos grupos de samba junino costumam começar no Sábado de Aleluia e as apresentações/arrastões se concentram no período junino (incluindo as festividades de Santo Antônio, São João e São Pedro), seguindo até o mês de julho”, explica o diretor de Patrimônio da FGM, Vagner Rocha.
Além dos ensaios, arrastões e festivais nos bairros, sete mestres e uma mestra do samba junino serão homenageados durante a programação do Arraiá da Prefs – que acontece até o dia 18, na Rua Chile e na Praça Municipal.
A entrega das placas aos mestres será feita no domingo (15), na Praça Municipal, em reconhecimento à trajetória destes agentes culturais. A cerimônia também vai contar com a apresentação de alguns grupos contemplados no edital.
Os grupos de samba junino vão realizar ensaios e arrastões nos seus bairros de origem e participar de pelo menos um dos festivais contemplados no edital: o 47º Festival de Samba Duro Junino do Engenho Velho de Brotas, que será realizado no dia 24 de junho, às 18h; e o Festival Salvador, Samba Junino, que acontece no Largo do Garcia em 29 de junho, a partir das 15h.
De acordo com a presidente da Liga do Samba Junino, Renata Rodrigues, responsável pelo Festival Salvador, Samba Junino -, a última edição atraiu um público com cerca de dez mil pessoas no Garcia. “A gente adota o dia 29 porque é quando se comemora o São Pedro e dá para todo mundo participar do festival, que é realizado há seis anos. Conseguimos fazer o evento a partir dos recursos do edital Samba Junino e, neste ano, fomos contemplados com R$ 50 mil”, destaca.
Um dos grupos participantes do edital é o Leva Eu, que fará uma homenagem a Maria Felipa durante o arrastão pelo Engenho Velho de Brotas, marcado para o dia 24 de junho. Irailton Bonfim faz parte do Leva Eu e enfatiza a tradição mantida pelo grupo em mais de quatro décadas. “Nós já fazemos o samba junino no Engenho Velho há 46 anos, sempre no dia de São João. O povo se reúne por volta das 14h, e saímos juntos às 16h. A concentração é na Rua Maria Felipa e a gente dá a volta em todo o Engenho Velho, fazendo aquele arrastão. Este já é o sexto ano em que fomos contemplados pelo edital”, diz.
Em Canabrava, a festa é comandada pelo Grupo Cultural Bicho da Cana, que tem mais de 20 anos e está na quarta participação no edital. “Nossa proposta é fazer dois ensaios abertos na rua, resgatando como era o samba junino de antigamente. Também chamamos grupos de outros bairros para o pessoal conhecer, porque tem gente que pensa que só existe samba junino em Canabrava”, ressalta a representante do grupo, Regiane Santiago.