Brasil

Crise nos Correios leva a atraso nas entregas e prejuízos por todo o País

"Taxa das Blusinhas" agravou os problemas da estatal

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Os Correios enfrentam crise com déficit de R$ 2,6 bilhões em 2024, queda na receita e aumento de custos. A "Taxa das Blusinhas" impactou o setor internacional. Há déficit de pessoal e paralisações por falta de pagamento a transportadoras. Medidas emergenciais buscam conter a situação.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) enfrenta uma das maiores crises de sua história. A estatal lida com paralisações, atrasos nas entregas e insatisfação generalizada entre funcionários e clientes. A situação financeira crítica e a defasagem no quadro de pessoal agravam os desafios operacionais da empresa.

O balanço financeiro de 2024 revelou um déficit de R$ 2,6 bilhões, quatro vezes maior que o registrado em 2023. A queda na receita dos serviços internacionais, impactada por mudanças na regulação de importações, contribuiu significativamente para esse resultado.

A receita líquida de vendas e serviços caiu 1,74%, totalizando R$ 18,9 bilhões. Enquanto isso, os custos operacionais aumentaram 4,7%, atingindo R$ 15,9 bilhões. Com isso, o lucro bruto da empresa caiu para cerca de R$ 3 bilhões — uma retração de 26% em relação ao ano anterior.

Impacto da "Taxa das Blusinhas"

Um dos principais fatores apontados para o prejuízo foi a implementação do programa Remessa Conforme, conhecido como "Taxa das Blusinhas", que regulamentou as compras internacionais.

A medida resultou em uma perda estimada de R$ 2,2 bilhões em 2024, devido à redução das receitas no segmento postal. (Nord Investimentos.

Atualmente, os Correios contam com cerca de 86.700 empregados em atividade, abaixo do quantitativo máximo aprovado de 94.490. Para suprir o déficit de mais de 7 mil funcionários, a empresa lançou um concurso público em 2024, oferecendo 3.511 vagas para cargos de níveis médio e superior.

Atrasos nos pagamentos

Em abril de 2025, transportadoras terceirizadas iniciaram uma paralisação por tempo indeterminado devido a atrasos nos pagamentos desde janeiro. As empresas alegam que não receberam os valores devidos, tornando inviável a continuidade dos serviços.

A situação afetou especialmente as regiões Sul, Sudeste e Nordeste, com algumas áreas enfrentando paralisações de até 50% da frota.

Diante da crise, a gestão atual dos Correios anunciou medidas de contenção, incluindo a redução da jornada de trabalho para seis horas diárias e a suspensão temporária das férias dos funcionários. A estatal afirma estar comprometida em oferecer soluções logísticas de excelência e manter o acesso universal aos serviços postais em todo o Brasil.