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O conclave para eleger o 267º papa da Igreja Católica começou no Vaticano, após a morte do Papa Francisco. Com 133 cardeais de 71 países, destaca-se pela diversidade. Os principais candidatos são Pietro Parolin e Luis Antonio Tagle. A eleição exige 89 votos e ocorre na Capela Sistina, com segurança reforçada em Roma.

O conclave que elegerá o 267º papa da Igreja Católica, sucedendo o Papa Francisco, que morreu em 21 de abril aos 88 anos, começou na manhã desta quarta-feira (7 de maio), no Vaticano.

A Missa Pro Eligendo Pontifice, presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re na Basílica de São Pedro, deu início à cerimônia, com a presença dos 133 cardeais eleitores de 71 países.

Após a missa, os cardeais seguiram em procissão até a Capela Sistina, onde prestaram juramento de sigilo absoluto. Todos os dispositivos eletrônicos foram confiscados e bloqueadores de sinal ativados para garantir a confidencialidade do processo.

Este conclave é o mais numeroso e geograficamente diverso da história da Igreja, refletindo a ênfase do Papa Francisco em ampliar a representatividade global. Dos 133 cardeais eleitores, 108 foram nomeados por Francisco, indicando uma possível continuidade de sua visão progressista. 

Entre os principais candidatos estão o cardeal italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e o filipino Luis Antonio Tagle, prefeito do Dicastério para a Evangelização. Outros nomes mencionados incluem o francês Jean-Marc Aveline e o congolês Fridolin Ambongo. 

89 votos

O processo de eleição requer uma maioria de dois terços, ou seja, 89 votos. Nos primeiros três dias, são realizadas até quatro votações diárias. Se não houver consenso, os cardeais fazem uma pausa para oração e reflexão antes de retomar as votações. A decisão é anunciada ao público por meio da fumaça branca que sai da chaminé da Capela Sistina, seguida da tradicional proclamação "Habemus Papam". 

A segurança foi reforçada em Roma, com mais de 4 mil agentes mobilizados. Fiéis de todo o mundo acompanham o evento com expectativa, aguardando a escolha de um líder que possa guiar a Igreja em tempos desafiadores. 

O próximo papa enfrentará questões complexas, como a polarização interna da Igreja, crises internacionais, mudanças climáticas, migração e a necessidade de transparência nas finanças do Vaticano. A escolha refletirá o caminho que a Igreja pretende seguir: continuidade das reformas de Francisco ou retorno a tradições mais conservadoras.

Os desafios do novo papa

O novo pontífice estará à frente de uma Igreja Católica profundamente dividida entre setores conservadores e progressistas.

O cardeal alemão Gerhard Ludwig Müller, por exemplo, criticou abertamente as reformas de Francisco, incluindo a bênção de casais do mesmo sexo e a maior participação de leigos e mulheres na Igreja . Essa polarização representa um desafio significativo para o novo Papa, que precisará promover a unidade sem alienar nenhum dos lados.

O Vaticano enfrenta sérios problemas financeiros. Em 2023, a Secretaria para a Economia registrou um déficit de US$ 75 milhões, e o fundo de pensões apresenta um rombo de aproximadamente US$ 700 milhões . O novo pontífice terá a difícil tarefa de implementar reformas para garantir a sustentabilidade financeira da Santa Sé, promovendo maior transparência e eficiência na gestão dos recursos.

Apesar das medidas adotadas por Francisco, como a revogação do segredo pontifício e a obrigatoriedade de denúncia de casos de abuso, as vítimas ainda expressam decepção com a resposta da Igreja . O novo Papa precisará fortalecer as políticas de tolerância zero e garantir justiça para as vítimas, restaurando a credibilidade da instituição.

A questão da inclusão continua sendo um tema delicado. A declaração "Fiducia supplicans", que permitiu a bênção de casais do mesmo sexo, gerou reações adversas, especialmente na África . Além disso, o papel das mulheres na Igreja permanece limitado. O novo pontífice enfrentará o desafio de promover uma Igreja mais inclusiva, equilibrando tradição e modernidade.

O Papa também atua como chefe de Estado e líder moral em um mundo marcado por conflitos, como os na Ucrânia e em Gaza. A relação com a China, que recentemente nomeou bispos sem o consentimento do Vaticano, é outro ponto crítico . O novo líder da Igreja terá que navegar por essas complexas questões diplomáticas, promovendo a paz e o diálogo inter-religioso.

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