Política

Bolsonaro e Lula dividem atenção dos brasileiros nas redes sociais

O preço dos alimentos também é tema de discussão

Brasília continua sendo o tema principal das discussões
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A denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe divide opiniões, com aliados criticando a falta de provas e opositores vendo-a como necessária. Lula defendeu punição aos culpados e enfrenta críticas sobre a alta dos alimentos, atribuída ao clima e câmbio. A inflação deve desacelerar, mas segue preocupando.

As discussões sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro refletem uma variedade de perspectivas, especialmente em torno da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no dia 18 de fevereiro, acusando Bolsonaro de crimes como golpe de Estado e organização criminosa.

Uma parte critica a denúncia como "vazia" ou "sem provas", ecoando a defesa de aliados como Flávio Bolsonaro, enquanto outros a veem como um passo necessário contra o que consideram extremismo de direita.

Há menções a supostas contradições, como a ideia de que Bolsonaro é acusado de planejar um golpe, mas também chamado de "frouxo" por críticos por não ter agido.

Os que defendem o ex-presidente destacam ações como a redução do tamanho do Estado, a manutenção de Paulo Guedes na Economia e o superávit nas contas públicas, apesar da pandemia e da oposição do STF. Outros o criticam fortemente, apontando-o como despreparado, ideologicamente extremista e responsável por trair eleitores ao fazer acordos políticos questionáveis ou nomear figuras controversas para cargos como a PGR e o STF.

Há um debate recorrente sobre Bolsonaro ser ou não um representante da "extrema direita". Postagens mencionam discursos de ódio, defesa de torturadores da ditadura e posturas violentas contra adversários como evidências disso, enquanto apoiadores rejeitam essa narrativa, vendo-o como uma figura antissistema que enfrentou o establishment.

A inelegibilidade de Bolsonaro até 2030 e seu futuro político também aparecem nas discussões. Alguns acreditam que ele se arrepende de não ter reconhecido a vitória de Lula em 2022 para evitar o cerco judicial atual, enquanto outros especulam sobre estratégias como anistia para os envolvidos no 8 de janeiro, tema que já surgiu em postagens anteriores e segue em pauta.

O que se fala sobre Lula

O presidente Lula está em destaque por sua fala em uma entrevista à Rádio Tupi FM, onde comentou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, incluindo planos de assassinato contra ele, o vice-presidente e um ministro do STF.

Lula defendeu que, se comprovada, os responsáveis devem ser presos, o que reacende debates sobre a polarização política e as investigações contra opositores, como Jair Bolsonaro.

O preço dos alimentos segue como um ponto sensível. O presidente prometeu em postagens que "o preço vai baixar", atribuindo a alta a questões climáticas como ondas de calor, incêndios e chuvas que afetaram produtos como o café. Ele mencionou planos de dialogar com atacadistas para encontrar soluções, mas há ceticismo entre os internautas, com críticas de que medidas como aumento de impostos e desvalorização do real sob seu governo agravaram a situação econômica.

A base de apoio e os detratores de Lula estão ativos. Seus aliados celebram iniciativas como as do setor portuário e o foco em empreendedorismo, enquanto críticos o acusam de usar eventos como distração para problemas maiores, como a crise econômica ou escândalos passados. Alguns retomam sua prisão por corrupção em 2018 (anulada pelo STF em 2021), questionando sua legitimidade, enquanto outros destacam indicadores positivos, como baixo desemprego, para defendê-lo.

A menção à "crise do Pix" recente e a percepção de que o governo recuou diante de pressões também aparecem, mostrando desafios de comunicação e gestão de imagem.

O preço dos alimentos

A inflação continua sendo um tema quente, com reflexos tanto na percepção pública quanto nas ações do governo Lula.

Internautas têm reclamado de aumentos expressivos em itens básicos. Há menções a alimentos como café, carne, ovos, óleo de soja, frutas (como laranja), arroz, feijão e até hortaliças (tomate, cenoura), com relatos de que as compras no mercado estão significativamente mais caras.

O café, por exemplo, é frequentemente citado como "um abuso" devido a altas acumuladas, influenciadas por fatores climáticos e demanda global.

Tanto o governo quanto especialistas apontam causas como ondas de calor, secas e chuvas extremas que afetaram safras em 2024, elevando preços de produtos como café, laranja e carne.

A valorização do dólar também pressiona, incentivando exportações e reduzindo a oferta interna. Postagens nas redes sociais destacam o impacto do clima extremo – como o calor afetando a produção de café arábica e até o estresse das galinhas, que reduz a oferta de ovos.

Economistas sugerem uma desaceleração na alta dos preços em 2025, com a inflação dos alimentos podendo ficar entre 5,5% e 7,25%, acima do IPCA geral (projetado em torno de 4,5% a 5,15%). Itens como carne e café devem continuar pressionando, devido a ciclos pecuários longos e oferta global restrita, enquanto arroz, feijão e soja podem ter alívio com safras melhores. No X, há preocupação de que o custo de vida siga elevado, mesmo com essas projeções.

O tom nas redes sociais varia entre frustração e ironia. Alguns culpam o "capitalismo" pelos preços altos e outros cobram ações mais firmes do governo, como controle de exportações ou recomposição de estoques públicos, ideias que o governo descartou por ora, priorizando medidas técnicas dentro do mercado.