A Bahia lidera, no País, em número de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), voltadas para a preservação da fauna e da flora, além da troca de conhecimentos, como pesquisas universitárias e dentificação de espécies.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o país possui 790 RPPNs federais com área total de 532.239,48 hectares, estando a Bahia como líder em quantidade, com 120 RPPNs e 48.573,89 hectares.
No território baiano ainda há mais 90 RPPNs estaduais com área total de 10.074,27 hectares, segundo o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), além das municipais.
Em Igrapiúna, no Baixo Sul, a Reserva Espinita é um exemplo de área de proteção ambiental estadual em região de Mata Atlântica.
A Espinita era uma fazenda com produção cacaueira, seringueira e de cravo-da-índia dentro de uma área de 150 hectares, porém com mais da metade da mata preservada, sendo considerado um diferencial para se tornar RPPN.
O médico veterinário e gestor da Reserva Antônio Maia, conta que “na década de 90, a manutenção da mata preservada fez com que tivesse mais interesse sobre a ideia de conservação do espaço em um lugar de Mata Atlântica. Nos anos 2000, o conhecimento sobre a transformação de uma área privada em uma unidade de conservação equivalente ao de um parque nacional foi fundamental para transformar o local em RPPN. Em 2016, recebemos o reconhecimento pelo INEMA”.
Hoje, é uma reserva com 221 espécies de aves, 24 de mamíferos e 250 da flora já identificados, além dos fungos. Também possui 16 nascentes que abastecem 3 rios e desaguam na Baía de Camamu.
A grande diversidade de espécie de animais, a exemplo de beija-flores, do gato maracajá e da cobra sussuarana, e a riqueza da floresta de Mata Atlântica atrai a atenção para a Reserva Espinita, que é usada por estudantes de universidades públicas e privadas, como as Federal da Bahia (UFBA) e Estadual de Santa Cruz (UESC), para campo de pesquisa.
Durante o ano, o lugar recebe cerca de 100 visitantes, incluindo professores, estudantes, pesquisadores, ecoturistas e observadores de aves.
Para ter capacidade de receber um maior número de pessoas, Maia acrescenta que o próximo objetivo da Reserva é a estruturação do centro de visitantes a fim de dar melhor suporte para os interessados realizarem e desenvolverem atividades sobre educação ambiental e relacionadas ao ecossistema local. Com isso, estão promovendo uma campanha para arrecadação de fundos para a execução da obra.
Como se tornar uma RPPN
Para receber o status de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), o primeiro passo é reunir os documentos necessários conforme o órgão ambiental responsável de ordem federal, estadual ou municipal.
São eles:
-- Requerimento de criação de RPPN
-- Documentos da propriedade
-- Arquivos vetoriais do georreferenciamento
-- Documentos de identificação pessoal e Diagnóstico socioambiental
Em seguida, o órgão fará análise das documentações e realizará consultas com a Prefeitura do município, a Fundação Palmares e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI).
Após isso, é feita uma avaliação com a presença de representantes do órgão ambiental para averiguar mais informações sobre o local.
A partir da abertura do processo, a previsão é de cerca de 1 ano até se transformar em RPPN.