No Nordeste, 2.853 domicílios em favelas ou comunidades urbanas não possuem banheiro ou sanitário, o que representa 46% de todo o Brasil (6.167).
Os dados, analisados pela Agência Tatu, são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como parte do Censo Demográfico 2022, recém divulgados, e mostram também que das 3.313 favelas ou comunidades urbanas que existem na região Nordeste, 1.847 (56%) estão nas capitais.
Dentre as capitais da região, Teresina (PI) é a que possui a maior proporção de favelas em comparação com a quantidade total do estado, com 98% das unidades. Por outro lado, Recife registrou o menor percentual de favelas ou comunidades urbanas dentre as capitais do Nordeste, com 35% das unidades de Pernambuco.
Maceió (AL) teve a segunda maior proporção dentre as capitais, possuindo 76% das favelas e comunidades urbanas de todo o estado. Em seguida, Fortaleza (CE) e Natal (RN) aparecem com 72%, em relação aos estados.
Entre todos os municípios da região Nordeste, o número é de 4,6 milhões de residentes em favelas ou comunidades urbanas.
Somente nas capitais da região são mais de três milhões de pessoas (3.040.999) que moram nesses locais. Ao comparar o número total da população residente nas capitais do Nordeste, que é de 19,4 milhões — segundo estimativa do Censo 2022 —, é como se a cada 10 pessoas, uma morasse em favela ou comunidade urbana.
Salvador (BA) é a capital do Nordeste que apresentou o maior percentual de população residente em favelas ou comunidades urbanas, com 30%, ou seja, 3 a cada 10 pessoas moram nessas localidades. Em segundo lugar, São Luís (MA) tem a maior proporção, com 22% da população residente nessas comunidades. Em seguida, Teresina (PI) possui 18% de sua população morando em favelas ou comunidades urbanas.
Três capitais do Nordeste apresentaram a menor proporção de pessoas residindo em favelas ou comunidades urbanas: Natal (RN) e Aracaju (SE), com 9% cada, e João Pessoa (PB) com 8%.
Características dos domicílios em favelas
Quanto às características desses domicílios, no Nordeste, a maioria (1,6 milhão) possui banheiro de uso exclusivo da residência, mas desse número, 287 mil utilizam fossa não ligada à rede de esgotamento sanitário, outros 272 mil domicílios possuem fossa rudimentar ou buraco como forma de descarte sanitário e em 96 mil residências os dejetos sanitários vão para o rio, lago, córrego ou mar.
Em 8.861 domicílios — ocupados em favelas ou comunidades urbanas do Nordeste — os moradores possuem apenas sanitário ou buraco para dejeções, inclusive os localizados no terreno. Já em outras 6.672 residências até existe banheiro, mas que são de uso comum a mais de um domicílio.
Quanto à principal forma de abastecimento de água no Nordeste, 1,5 milhão de domicílios em favelas e comunidades urbanas possuem água canalizada dentro da residência, outras 55 mil possuem água canalizada, mas somente no terreno, enquanto 27.974 domicílios não possuem sequer água canalizada dentro de casa. O número corresponde a 37% de todo o país.
Nos casos que não há água canalizada dentro do domicílio, no Nordeste, a principal forma de abastecimento de água varia entre poço profundo ou artesiano (7.380), poço raso, freático ou cacimba (4.316), carro-pipa (2.644), por fonte, nascente ou mina (732), com água da chuva armazenada (630), através de rios, açudes, córregos, lagos e igarapés (310), ou outras formas (11.962).