Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais de 20 milhões de brasileiros convivem com a doença. Uma pesquisa feita pelo Vigitel em 2023, aponta que as mulheres são mais afetadas: 11,1% têm diagnóstico, enquanto a taxa entre homens é de 9,1%.
Dados divulgados pela Secretaria de Saúde de Rondônia apontam para o mesmo resultado da pesquisa, indicando que o diabetes é a segunda doença mais frequente entre mulheres do estado, somando 5.778 casos só em maio de 2023.
Para Juan Boado, médico e diretor Técnico do Hospital Bom Pastor, localizado em Guajará-Mirim (RO), o diagnóstico elevado entre mulheres pode ser explicado pela busca de cuidados com a saúde.
"As mulheres já têm o costume de realizar consultas com o ginecologista para fazer, por exemplo, o exame de rastreamento do câncer de mama. Consequentemente, há mais oportunidades de identificar doenças crônicas como o diabetes", explica o médico obstetra.
Como identificar diabetes
O diabetes é uma condição caracterizada pelo aumento da glicose no sangue. Segundo a SBD existem quatro tipos da doença. Em geral, os principais sintomas são fome e sede excessivas, além de sentir vontade de urinar várias vezes ao dia.
Tipo 1: com menos casos, a doença é mais frequente em adultos, que podem apresentar, além dos sintomas principais, a perda de peso, fraqueza, fadiga, mudanças de humor, náuseas e vômito.
Tipo 2: comum, ela está diretamente ligada ao sobrepeso, sedentarismo, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Nesse caso, o paciente pode apresentar formigamento nos pés, infecções frequentes na bexiga, rins e pele, feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada.
Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA): ela representa um estágio mais avançado do tipo 2 e, portanto, tem os mesmos sintomas, porém com desenvolvimento mais lento.
Gestacional: ela pode apresentar sintomas como a boca seca, náuseas, visão turva e infecções frequentes. Porém, nem sempre os sintomas da são identificáveis, por isso é importante verificar a glicose a partir do sexto mês de gestação.
Principais sintomas do tipo 1: vontade de urinar diversas vezes; fome freqüente; sede constante; perda de peso; fraqueza; fadiga; nervosismo; mudanças de humor; náusea; vômito.
Principais sintomas do tipo 2: infecções freqüentes; alteração visual (visão embaçada); dificuldade na cicatrização de feridas; formigamento nos pés; furúnculos.
Danos à saúde
Retinopatia diabética: lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos e, como conseqüência, a perda da acuidade visual
Nefropatia diabética: alterações nos vasos sanguíneos dos rins fazem com que haja a perda de proteína na urina; o órgão pode reduzir sua função lentamente, porém de forma progressiva, até sua paralisação total
Neuropatia diabética: os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas como: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos; dores locais e desequilíbrio; enfraquecimento muscular; traumatismo dos pêlos; pressão baixa; distúrbios digestivos; excesso de transpiração e impotência
Pé diabético: ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado
Infarto do miocárdio e acidente vascular: ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, somado à atividade física e medicamentos que possam combater a pressão alta e o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo, são medidas imprescindíveis de segurança. A incidência deste problema é de 2 a 4 vezes maior nas pessoas com diabetes
Infecções: o excesso de glicose pode causar danos ao sistema imunológico, aumentando o risco da pessoa com diabetes contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate aos vírus, bactérias, etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia. O alto índice de açúcar no sangue é propício para que fungos e bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão cirúrgica.
Fatores de risco
-- Pressão alta
-- Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue
-- Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura
-- Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes
-- Doenças renais crônicas
-- Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg
-- Diabetes gestacional
-- Síndrome de ovários policísticos
-- Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos - esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar
-- Apneia do sono
-- Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.