Pedro Oliveira

Tracupá reivindica infraestrutura e inclusão no roteiro turístico do Jorro

Tracupá ocupa lugar de destaque na formação da economia do município

Vivenciando momentos de expectativa que antecedem a IX Feira de Artefatos de Couro e Produtos da Agricultura Familiar, que ocorrerá entre os dias 21 e 23 deste mês, o distrito de Tracupá, volta reivindicar da administração de Tucano, a inclusão da comunidade, conhecida pelo seu potencial na produção de artefatos de couro, no roteiro turístico de Caldas do Jorro.

Reunindo mais de 500 tendas que geram além de 2 mil postos de trabalho, Tracupá ocupa lugar de destaque na formação da economia do município e reivindica o reconhecimento.

A abertura do evento será marcada por apresentações de quadrilhas junina, shows musicais e degustação de produtos típicos da época.

“Tracupá precisa fazer parte do roteiro turístico do distrito de Caldas do Jorro, assim atrairá mais turistas e compradores” observa Silvio Santana proprietário da Santana Couros, que garante 20 empregos diretos. Essa marca chega a vários pontos do país. A Feira de Artesanatos mesmo sendo no período de São João, 21 a 23 de junho, atrai muitos visitantes. Fora dessa data as vendas oscilam, mas “se tivesse aqui uma pousada ou um restaurante a visitação poderia ser muito maior”, assinala Silvio Santana.

O presidente da Cooperativa de Artefatos de Couro da Comunidade de Tracupá – COOPACT, Adriano Ferreira da Silva, acredita que a Feira deste ano será bem melhor, mas concorda que é necessário uma boa estrutura, como pousada e restaurante para atender fluxo de visitantes, principalmente no final de ano, quando chegam caravanas de várias partes do país, como também na época de São João.

Ressalta Adriano que há sempre novos lançamentos já que os fabricantes fazem pesquisas de mercado e assim constantes atualizações. As peças femininas de porte médio, são as mais procuradas. São mercantilizadas outros estados, mais de 2 mil bolsas femininas e cerca de 20 mil carteiras de cédulas masculina mensalmente.

Produzido diariamente 200 capas de celular modelos diferentes, para Pernambuco e São Paulo, Cesar Carvalho disse que os preços variam de R$ 25 a R$ 35, há também as mochilas feminina e masculina de R$ 350,00 a R$ 470,00 e bolsas feminina de R$ 120,00 a 290. Chapéus de couro são especialidades de Alesbão Moura, 83 anos de idade, que aprendeu como o pai. “Faço chapéu de couro com chifre e sem chifre, um custa R$ 120 o outro R$ 60. O chapéu chifrudo para quem gosta de curtir” explica. Para produzir uma unidade gasta em média um dia.

O artesão José Soares de Moura, 74 anos disse que para fazer uma armadura de vaqueiro – gibão, perneira, guarda peito e luva de couro –, leva até uma semana e o equipamento custa R$ 800,00. Ele também aprendeu com o pai a trabalhar e hoje trabalha com seis pessoas incluindo a esposa Maria Ivete (Meinha). Marcelo José da Silva Barros produz em sua tenda cerca de 300 de couro todos os dias, principalmente cintos com preços variando de R$ 70 a R$ 120 a dúzia, a depender do material usado. Também produz coleira para cães e bainha de fação. O destino da mercadoria é o Norte do país e o sul de Minas Gerais.