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EUA temem que terroristas levem Israel a ampliar cenário da guerra

Há risco de uma escalada ainda maior no norte de Israel/sul do Líbano

A visita do conselheiro especial de Joe Biden, Amos Hochstein, a Israel é cercada pelo temor dos Estados Unidos de que Israel e o Hezbollah percam o controle do confronto que travam, a chamada guerra de atrito. Nesta segunda-feira, Hochstein se encontra com autoridades do governo israelense e também da oposição. O enviado especial de Washington tem reuniões com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa Yoav Gallant, o membro da oposição e favorito nas próximas eleições Benny Gantz, o presidente Isaac Herzog e o líder da oposição Yair Lapid.

Hochstein tem uma missão difícil: impedir uma escalada ainda maior no norte de Israel/sul do Líbano. Ele chega a Israel no dia seguinte a um pronunciamento raro do porta-voz do exército Daniel Hagari. Em inglês, ele deixou claro que a situação atual não é mais aceitável sob o ponto de vista israelense.

“A crescente agressão do Hezbollah está nos levando à iminência do que poderia ser uma escalada mais ampla de consequências devastadoras para o Líbano e toda a região”, disse.

O texto de Hagari envia uma mensagem não apenas ao Hezbollah especificamente, mas também ao Líbano. E esta é uma mudança de posição importante e que já vinha ganhando força entre as autoridades israelenses; a ideia de que é preciso pressionar o Líbano, não apenas a milícia xiita. Até agora, Israel tem atacado somente alvos do grupo liderado pelo xeque Hassan Nasrallah, mas considera uma mudança de postura diante das indefinições no norte do país.

Essa mudança envolve a decisão de levar o estado libanês a pagar a conta pelos atos do Hezbollah. Não se sabe quando exatamente essa decisão será colocada em prática – e não está claro se este passo será dado ou se Israel aguarda como o Hezbollah, o governo e a sociedade libanesa irão reagir.

Mas a mensagem foi enviada por Hagari em inglês, de forma a comunicá-la claramente não apenas ao Líbano mas também à comunidade internacional.