Saúde

Esclerose múltipla: descobertas melhoram a qualidade de vida

A doença pode causar alterações neurológicas significativas

Foto: Arquivo pessoal

O médico Agenor Afonso

A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, sendo uma das mais comuns do sistema nervoso central.

De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, atualmente, 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo têm EM. No Brasil, estima-se que cerca de 40 mil pessoas vivem com a doença.

Caracterizada por sintomas oscilantes e recorrentes, a EM pode causar alterações neurológicas significativas, como problemas de visão, mobilidade, equilíbrio e controle da urina. No entanto, o médico Agenor Afonso, neurologista da Novaclin, explica que avanços recentes no diagnóstico e tratamento, especialmente na terapia assistida com imunobiológicos, estão proporcionando esperança e melhor qualidade de vida aos pacientes.

“A esclerose múltipla é caracterizada por uma resposta imunológica anormal que ataca a mielina, a camada protetora dos nervos. Os imunobiológicos atuam especificamente sobre componentes do sistema imunológico, interrompendo esse ataque e, consequentemente, reduzindo as crises e a progressão da doença”, explica o médico.

Os imunobiológicos, também conhecidos como terapias biológicas, são medicamentos desenvolvidos a partir de organismos vivos. Eles têm a capacidade de modular o sistema imunológico, reduzindo a inflamação e prevenindo danos ao sistema nervoso.

Estudos clínicos e experiências práticas têm demonstrado que eles oferecem inúmeros benefícios para os pacientes. Por isso, Agenor Afonso destaca que “essas terapias não apenas diminuem a frequência e a gravidade das crises, mas também têm o potencial de retardar a progressão da incapacidade a longo prazo.”

Para muitos pacientes, isso proporciona uma melhoria significativa na qualidade de vida, permitindo que mantenham suas atividades diárias e profissionais com menos interrupções.

Apesar dos avanços, o médico ressalta que ainda há desafios a ser superados. “O acesso aos imunobiológicos nem sempre é fácil, especialmente em regiões mais remotas e em países em desenvolvimento. Além disso, é essencial monitorar os pacientes regularmente para gerenciar possíveis efeitos colaterais e ajustar o tratamento conforme necessário.”