Nordeste / Segurança

Quando a PM foi proibida de
bater (e o resultado que isso deu)

Claro que, aqui e acolá, o sujeito levava uns catiripapos

De 1946 a 1947, Sergipe foi governado pelo interventor federal e coronel do Exército Antônio Freitas Brandão.

Na divisão dos cargos entre as lideranças políticas que o apoiavam, coube ao Partido Republicano a indicação do chefe de Polícia.

Para a função, equivalente hoje à de secretário da Segurança Pública, o PR indicou o jovem advogado Armando Rollemberg, posteriormente eleito deputado federal e deputado estadual.

Em 1963, o ilustre foi nomeado ministro do Superior Tribunal de Justiça, onde permaneceu até 1991.

Pois bem, ao assumir a Chefia da Polícia, Armando Rollemberg proibiu qualquer agressão física aos presos, prática até então muito comum em Sergipe e no resto do Brasil.

A determinação do jovem advogado foi cumprida quase à risca, apesar da contrariedade da maioria dos policiais, acostumados a distribuir sapeca-iaiá a três por dois.

Claro que, aqui e acolá, o sujeito levava uns catiripapos daqueles, principalmente quando os velhos policiais queriam arrancar confissões nem sempre verdadeiras.

Certo dia, um policial foi ao gabinete de chefe de Polícia comunicá-lo sobre a prisão de nove ladrões, todos de outros estados.

Interessado em saber a origem dos marginais, Armando Rollemberg dirigiu-se até à cela, instalada no porão do prédio da Chefatura de Polícia, localizada na praça Tobias Barreto, em Aracaju

Um dos bandidos lhe disse que eles eram da Paraíba: “Ficamos sabendo que aqui não se bate mais em preso e nos mudamos pra cá”.

Desde então, Armando manteve a ordem de não espancar a “rapaziada”, porém, determinou que todo bandido de outro estado fosse colocado no trem com destino a Salvador, onde a Polícia descia a madeira sem dó nem piedade.

Crendeuspai!