Atuantes no circuito carnavalesco, no intervalo dos trios, as “Margaridas” esbanjam simpatia neste Carnaval 2024. Em grupo de seis, as agentes de limpeza fazem a varrição da Passarela Nelson Maleiro e de alguns trechos do circuito Osmar, recolhendo os resíduos da avenida e deixando tudo limpo para os foliões.
O trabalho chama atenção dos artistas e de quem passa pelo local. As vassouras se movem de maneira sincronizada, acompanhando o ritmo das músicas que são tocadas no trio, enquanto as agentes dançam, fazem círculos e outros movimentos em sintonia.
“Cada ano é uma novidade. A gente se surpreende com o empenho delas que estão sempre dando o melhor para manter o ambiente limpo. É muito satisfatório. Não à toa, as ‘Margaridas’ esperam o ano todo para chegar o Carnaval para receber esse carinho que o público oferece”, conta Jamile Alquino, inspetora que atua na organização dos agentes de limpeza que trabalham no local.
Alquino já atua há cinco anos na função e faz questão de caprichar no visual com a maquiagem, cabelo e pinturas faciais. “A minha produção é inspirada nas agentes de limpeza. Elas se empenham e se dedicam tanto para abrilhantar mais ainda a categoria, incentivando as colegas a fazerem o mesmo”, conta.
Integrante do grupo, Kátia Regina, 48, também atrai olhares do público por onde passa. Usando um enorme par de cílios coloridos, maquiagem com glitter, tranças azuis, bijuterias coloridas e com o astral lá em cima, ela defende o cuidado com a beleza.
“Todos os anos eu me maquio e maquio as meninas também. A gente tem que se arrumar e andar bonita, porque a gente tá aqui no portal e tem que andar linda. Não é porque somos garis que temos que trabalhar de qualquer jeito. Temos que nos arrumar”, ponderou.
Há 9 anos na Limpurb, Kátia Regina conta que adora trabalhar no Carnaval, pois o momento permite dançar e se divertir ao mesmo tempo que deixa a cidade limpa. A resposta vem no reconhecimento e demonstração de carinho tanto dos artistas como de quem passa.
O cantor Tony Salles prestou uma homenagem especial aos garis no Campo Grande. "Na verdade, é um carinho que estou retribuindo a eles, porque sempre os vejo fazendo homenagens para nós, estão sempre postando as nossas músicas, desde “Abaixa Que é Tiro” para cá. São guerreiros, e merecem todo carinho da gente, não só dos artistas, mas de toda população, porque você sabe o quanto essa galera trabalha duro e são fundamentais para a gente no dia a dia. Sem eles, a nossa vida seria uma loucura”, destacou o vocalista, ao lado de alguns agentes convidados a subir o trio.
O músico Falcão da Banda Guig Guetto também parabenizou a atuação dos profissionais da limpeza e brincou: “Olha esse figurino, gente! Melhor que o meu”.
“Muitos cantores têm essa atenção, param e parabenizam o nosso trabalho e falam com a gente. Eu acho que o nosso trabalho é um dos mais importantes, porque a gente trabalha com a higienização e com a saúde da cidade. Se não houver a limpeza e a coleta, a cidade fica ao léu”, opinou Priscila Guimarães, 29, e há seis meses como agente.
“Está sendo muito bom, eu estou gostando. A gente trabalha se divertindo é um diferencial, né. Já tinha um tempo que eu não curtia o Carnaval, estava um pouco enferrujada, mas esse ano estou aproveitando, vendo os trios de pertinho e curtindo um pouco também. Os foliões pedem para fazer vídeo, foto. Os turistas pedem para participar da coreografia. A gente acaba virando uma atração também. É bem legal”, complementou.
Para a Margarida Manuela Almeida, 23, anos, que também é novata na profissão, o trabalho no Carnaval está sendo uma experiência muito boa. “Esse é o meu primeiro Carnaval, a bagaceira boa. Eu gosto muito da folia, já brinquei muito e ainda brinco, então é um trabalho prazeroso esse daqui do circuito”, contou.
Margarida e Priscila foram maquiadas pela colega, que faz questão de deixar todas elas bonitas para a ocasião. E aquelas que não gostam da maquiagem e dos adereços fazem a sua parte, abrindo um grande sorriso. “Para mim é um prazer deixar todas elas ainda mais bonitas para a folia. Eu fico muito feliz”, conta Kátia.