Com mais de 40 atrações para o público, o Fuzuê abriu oficialmente o pré-Carnaval de Salvador nesse sábado (3 de fevereiro) no Circuito Orlando Tapajós, desde o Clube Espanhol até o Farol da Barra. Grupos culturais, fanfarras e charangas animam o público de todas as idades que desde cedo chegou à região da Barra/ Ondina para acompanhar as apresentações.
Como já é tradição, o Bike Fuzuê e a Banda da Guarda Civil Municipal abriram os trabalhos e iniciaram as apresentações. O evento é marcado pela variedade de manifestações culturais, com baianas, fanfarras, grupos de forró que celebram a cultura nordestina, caretas, entre outros tantos que encantam o público. E também há uma variedade musical, com atrações que vão dos sons das caretas com triângulos e metais até as marchinhas de antigos carnavais.
A costureira Maria Célia Ferreira, moradora da Boca do Rio, foi trabalhar e também curtir o Fuzuê. Enquanto vende adereços de Carnaval de sua marca, a Maria Fiapo, ela acompanha a passagem dos grupos culturais. “A gente trabalha e curte ao mesmo tempo. Eu gosto de tudo, gosto de muvuca. Gosto de muvuca, pagode, eu amo arrocha. Arrocha é meu forte”, contou.
Ela diz que curte o Carnaval há mais de 30 anos e diz que, após o Fuzuê, vai trabalhar no Pelourinho durante o Carnaval. “A expectativa das vendas é boa. A gente vai trabalhando e curtindo. Vou aproveitando a vida, porque a vida é curta”, disse, ressaltando ainda que já trabalhou em outras edições do Fuzuê.
Moradora de Veracruz, Gil Baiana, 58 anos, faz parte do grupo multicultural Maré de Março e veio à capital para acompanhar o Fuzuê pela primeira vez. Baiana de acarajé e baiana de receptivo, ela participou da festa em um bloquinho e celebrou a diversidade de atrações. “Eu amo o Carnaval e pra mim é regozijante estar aqui, nesse momento, curtindo, no meio desse grupo, valorizando nossa cultura”, disse.
O grupo Maré de Março tem, além de baianas, capoeiristas e dançarinos de Bumba Meu Boi. “Isso é importante porque faz parte da cultura da Bahia e do Brasil. E a gente tem que preservar e salvaguardar. Graças a Deus que o Carnaval tem esse espaço para a cultura. Eu tenho 58 anos, desde os meus 17 anos que já pulava na pipoca”, revelou.
Moradora do São Caetano, a ciclista Ana Cortial, 44 anos, foi curtir o Fuzuê pela primeira vez de bike. “Eu gosto do Fuzuê e sempre vim sem bike, mas esse ano resolvi vir com a bicicleta. O ciclismo é um esporte que te leva a conhecer outros lugares, outras pessoas, e juntando isso com o Carnaval, está tudo certo”, revelou, ao seguir com a bike pela orla da Barra.
A secretária de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo, acompanhou as apresentações do Fuzuê e destacou a campanha desenvolvida pela Prefeitura de Salvador para combater a exploração infantil durante o Carnaval. “A proposta é que efetivamente as pessoas tenham plena conscientização de que Carnaval é diversão, mas as crianças e adolescentes precisam estar protegidos”, salientou.
Ela destacou que a ideia é levar a mensagem de que o Carnaval é diversão e proteção. “(As crianças e adolescentes) Não podem beber bebida alcoólica, não podem estar expostas a substâncias psicoativas, nem a nenhum outro tipo de violação. É preciso ter cuidado também com a exposição ao Sol”, acrescentou.
Fernanda Lordêlo ressaltou ainda que a Prefeitura oferta, ao longo do Carnaval, cerca de 600 vagas nos centros de acolhimento para crianças e adolescentes de até 17 anos. O serviço já vem de outros anos e tem sido cada vez mais reforçado pela gestão municipal.
Calendário - Com o início do Fuzuê, a folia na capital baiana só termina na Quarta-Feira de Cinzas, quando o Carnaval será encerrado. Até lá, a festa continua neste domingo (4) com o Furdunço, a Melhor Segunda-Feira do Mundo com Xanddy Harmonia, o Pipoco com Léo Santana na terça (6) e o circuito de fanfarras Sérgio Bezerra na quarta (7). O Carnaval será oficialmente aberto na quinta-feira (8) na Praça Castro Alves.