As ruas, vielas e ladeiras do Pelourinho voltam a se vestir de vermelho e branco na segunda-feira (4 de dezembro) para receber milhares de pessoas que vão saudar Santa Bárbara, na tradicional festa, que celebra 25 anos de devoção e 15 anos como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBa), através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
A programação inclui alvorada e repique de sinos, às 6h, na Igreja de Nossa Senhora Rosário dos Homens Pretos; seguida por missa campal, às 8h; procissão com sete andores decorados com santos católicos pelas ruas do Centro Histórico e cortejo cultural com Afoxé Filhos do Korin Efan, às 11h.
Além disso, o público vai poder conferir apresentações e shows musicais gratuitos nos largos Tereza Batista, Quincas Berro D'Água, Pedro Archanjo e no Pelourinho.
No palco principal (Largo do Pelourinho), as apresentações começam às 15h, com a cantora Mariene de Castro, às 17h é a vez do Grupo Partido Popular com participação de Jorginho Comancheiro e encerra com o Grupo Negros de Fé, às 19h20.
No Largo Pedro Archanjo, a programação terá início às 11h com o grupo O Pretinho com a apresentação “Epahey Oyá” e as participações de Jubiraci Bastos, Cala Lis, Matilde Charles, Mônica Melo, Célia França e Grupo Orisun.
Há samba também no Largo Tereza Batista, a partir das 11h, com Grupo Movimento e Grupo Katulê, além de DJ Raffa Maciel. Já no Largo Quincas Berro D’Água, a cantora ILLY se apresenta com o show ‘Samba Djanira’ e participação de Jota Pê. A abertura é às 15h, com DJ Preta.
A Festa de Santa Bárbara abre o calendário de festas populares da Bahia e acontece há 382 anos. Em 2023, milhares de fiéis seguem o ritual de percorrer as ruas do Pelourinho e do Centro Histórico para saudar a santa católica, padroeira dos bombeiros e dos mercados, e para reverenciar a Orixá Iansã.
As cores vermelho e branco da festa estão associadas a essas duas figuras sagradas para as tradições católica e de matriz africana. Ambas costumam servir de espelho para mulheres guerreiras e valentes. Durante os festejos, se escutam expressões como “Eparrei!” e “Amém!” para saudar a orixá e a santa.
382 anos
Em 2023, a Festa de Santa Bárbara completa 382 anos de existência. Iniciada no século XVII, desde 1641, quando o casal de portugueses, Francisco Pereira do Lago e Andressa de Araújo, fizeram uma promessa no Morgado de Santa Bárbara, no bairro do Comércio, ao pé da atual Ladeira da Montanha.
A manifestação passou a ser Patrimônio da Bahia em 2008 via Decreto nº 11.353 do Governo da Bahia. O roteiro começa no Largo do Pelourinho e depois uma procissão segue para o Terreiro de Jesus, Praça da Sé, Praça Municipal, Ladeira da Praça, parando na sede do Corpo de Bombeiros, na Praça dos Veteranos, seguindo na Baixa dos Sapateiros até o Mercado de Santa Bárbara e voltando ao Largo do Pelourinho onde os andores com os santos ficam por um tempo à espera de fiéis e devotos.
A Festa de Santa Bárbara remonta ao ano de 1639, quando o casal Francisco Pereira e Andressa Araújo construiu capela devocional no comércio às margens da Baía de Todos os Santos, em Salvador. Desde então a festividade, transferida para o Pelourinho, tornou-se não somente fonte de fé para católicos como também para adeptos da religiosidade de matrizes africanas, que chegam de diversos estados brasileiros e até de fora do Brasil para participar da festa e procissão em Salvador.
A programação inclui tríduo de celebrações eucarísticas e termina na Igreja do Rosário dos Pretos. A igreja e seus bens móveis, como as imagens dos santos, pinturas do teto e azulejos foram restaurados pelo IPAC ao custo de R$ 2,6 milhões no início da década de 2010.