A velocidade de afundamento da mina 18, explorada pela Braskem para a extração de sal-gema, caiu de 5 centímetros por hora para 0,7, segundo informações do prefeito da capital alagoada, João Henrique Caldas.
"Dos doze sistemas que monitoram a região, seis estavam em alerta máximo, e agora apenas um está indicando afundamento. É um sinal de alerta, mas estamos avançando", informou.
De acordo com a Defesa Civil de Maceió, em nota divulgada neste sábado, houve um novo tremor, de magnitude 0,89, a cerca de 300 metros de profundidade, durante a madrugada, e há "iminente risco de colapso" da mina, que se situa abaixo do bairro do Mutange, na região da Lagoa Mundaú.
Confira a nota na íntegra:
A Defesa Civil de Maceió informa que o deslocamento vertical acumulado da mina n° 18 é de 1,56 cm e a velocidade vertical é de 0,7cm por hora, apresentando um movimento de 13cm nas últimas 24h.
Foi registrado na região da mina n°18 um sismo com magnitude de 0,89 a cerca de 300 metros de profundidade na madrugada deste sábado(2).
O órgão permanece em ALERTA MÁXIMO devido ao risco iminente de colapso da mina nº 18, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.
Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.
A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas.
O Ministério Público do Estado de Alagoas está monitorando a situação, que gerou tremores e afundamento do solo em pelo menos cinco bairros de Maceió: Bebedouro, Bom Parto, Farol, Mutange e Pinheiro.
Segundo a Braskem, a extração foi encerrada em maio de 2019, mais de um ano após o primeiro tremor de terra nos bairros, registrado em março de 2018. Desde lá, o serviço de tamponamento segue e está em 70% de andamento.
De 35 poços, informa a Braskem, nove tiveram a recomendação de preenchimento com areia e cinco deles tiveram o procedimento concluído, três estavam com o serviço em andamento e uma das minas está pressurizada, sem ter mais necessidade do preenchimento com areia.
Outras cinco tiveram confirmado status de autopreenchimento e as 21 restantes estão sendo tamponadas e/ou monitoradas, sete com o trabalho concluído. A mina 18 era uma das que estava com o tamponamento em andamento e teve os trabalhos suspensos por conta da 'movimentação atípica do solo'.
Moradores que ainda permaneciam em 23 imóveis em área de risco deixaram suas casas, segundo a Braskem. Eles foram realocados pela Defesa Civil, por determinação judicial. Agora, 100% da região vulnerável ao eventual colapso de mina da empresa está desocupada.
Na região do Flexais, vizinha à área de extração de sal-gema, em Maceió, moradores devem ter as casas vistoriadas para identificar riscos em consequência da mineração pela petroquímica Braskem.
Apesar de não constar entre as regiões de risco de afundamento pelas autoridades do estado, o Flexais está ilhado socialmente após o deslocamento de cinco bairros vizinhos desde 2019. Só é possível acessá-lo passando pelas regiões agora desertas após a remoção da população.
Respostas às principais dúvidas sobre o problema
Onde fica a mina que pode desabar?
A mina nº 18 fica próximo ao antigo CT do CSA, no Mutange, próximo à lagoa Mundaú. A área já está desocupada e passa por monitoramento 24 horas por dia pela Defesa Civil de Maceió.
Quais áreas podem ser diretamente atingidas com o afundamento da mina?
A área do entorno da mina, que já não possui mais moradores. Essa região fica na área 00 do Mapa de Ações de Linhas Prioritárias versão 4, que já indicava realocação da população.
Quem precisa sair de casa?
Há uma decisão judicial que determina a saída de 27 famílias da área de risco 00, definida pelo Mapa de Ações de Linhas Prioritárias (versão 4). A Justiça Federal está fazendo o cumprimento da decisão e quase todas já foram retiradas do local.
De forma preventiva, a Prefeitura atua para a retirada voluntária de moradores da região ribeirinha próxima à mina que apresenta risco de colapso, em parte do Bom Parto e Flexal.
Quais locais disponibilizados pela Prefeitura para acolher a população?
As famílias do Bom Parto e Flexal poderão ser acolhidas na Casa de Passagem Familiar (Jaraguá) e as escolas Senador Rui Palmeira, Higino Belo, Maria Carrascosa, Antídio Vieira, Orlando Araújo, Manoel Pedro, Brandão Lima, Pompeu Sarmento e Lenilton Alves. Os abrigos contam com colchões, alimentação, kits de higiene e limpeza, além de segurança e a assistência de equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Já as tratativas relacionadas às famílias que ficam na área 00 do Mapa de Ações de Linhas Prioritária versão 4 estão sendo adotadas pela Braskem.
Qual a mudança no novo Mapa de Ações de Linhas Prioritárias (versão 5)?
No novo mapa, foram acrescentadas novas áreas de monitoramento nos bairros do Bom Parto, Farol e Bebedouro, e áreas que anteriormente eram apenas de monitoramento no Bom Parto, passaram a ser de realocação.
Quantas minas foram preenchidas?
Três minas preenchidas completamente (7, 17, 19)
Seis minas com previsão para preenchimento total até 2025. (4, 27, 11, 25, 2, 18)
A sonda da mina nº 18 foi sugada pelo afundamento do solo?
Não, a mina estava sendo monitorada pela Defesa Civil de Maceió quando foi detectado o aumento do afundamento. O preenchimento desta mina ainda seria iniciado.
Em qual canal posso procurar ajuda?
Por meio do 199 da Defesa Civil de Maceió, que funciona 24 horas por dia.
Quem solicitou a ordem judicial para a retirada compulsória dos moradores que residiam a saída da área 00?
A decisão judicial determinou a remoção de todos resistentes da área de criticidade 00 e a Defesa Civil Municipal foi notificada para auxiliar no cumprimento integral da referida decisão.
A provocação surgiu de uma solicitação da Braskem nos autos da ACP n° 0808223-17.2022.4.05.8000
Há possibilidade de colapso de outras minas na região?
No momento essa possibilidade é remota.
Há um plano para ser executado caso a mina venha a colapsar?
Sim, já existe um plano de contingência dos bairros afetados pelo afundamento do solo, e outro que foi produzido esta semana pelo gabinete de crise, montado especialmente para este caso, que prevê locais de acolhimento. Várias secretarias e órgãos estão envolvidos, uma força tarefa.
Qual o tamanho da mina? caso ela venha a colapsar, qual o tamanho da cratera?
Antes de apresentar o colapso, a mina possuía 500 mil metros cúbicos. Não há como prever o tamanho da cratera que se formará com o colapso.
Quais os canais oficiais da Prefeitura?
-- Site - https://maceio.al.gov.br/noticias
-- Instagram - https://instagram.com/prefeiturademaceio?igshid=NGVhN2U2NjQ0Yg==
-- Telefone - 199 (Defesa Civil)
-- WhatsApp para receber informações - (82) 99949-9612 (precisa adicionar o número)