Em 2021, o setor empresarial na Bahia apresentou crescimento demográfico, com aumento na taxa de entrada em atividade de unidades locais e queda na taxa de saída. Com isso, naquele ano, o estado chegou ao maior número de unidades locais empresariais ativas em toda a série histórica do IBGE, iniciada em 2008.
No segundo ano mais intenso da pandemia de Covid-19, 43.785 unidades locais de empresas entraram em atividade na Bahia, ou seja, começaram a funcionar ou voltaram a abrir as portas, depois de terem ficado até dois anos fechadas. Esse contingente foi maior do que o registrado entre 2019 e 2020, quando 37.828 unidades locais abriram ou reabriram no estado.
Com isso, a taxa de entrada em atividade de unidades locais empresariais na Bahia avançou de 16,5% em 2020 para 18,0% em 2021.
Além do aumento no total de empresas entrando em atividade, houve diminuição no número de saídas de unidades locais na Bahia, de 33.784 em 2020 para 30.242 em 2021, menor contingente de toda a série histórica. Assim, a taxa de mortalidade empresarial no estado caiu de 14,7% para 12,5%.
A mortalidade menor do que a natalidade somada às reentradas levou o setor empresarial baiano a crescer de tamanho entre 2020 e 2021 (+5,9%), chegando a 242.721 unidades locais de empresas em atividade, o maior número no estado desde 2008, início da série histórica da Demografia das Empresas.
Foi o terceiro crescimento consecutivo do número de unidades locais na Bahia e num ritmo mais intenso (+5,9%). Entre 2018 e 2019, o avanço havia sido de 2,9%; e, entre 2019 e 2020, de 1,8%.
No Brasil como um todo, entre 2020 e 2021, o número de unidades locais empresariais também aumentou pela terceira vez consecutiva. Nesse período, 995.260 unidades locais de empresas começaram a funcionar no país (entre nascimentos e reentradas), e a taxa de entrada ficou em 17,5%. Por outro lado, 657.209 unidades locais fecharam as portas, com uma taxa de mortalidade de 11,5%.
Em 2021, 5,693 milhões de unidades locais empresariais estavam em funcionamento em todo o país, 6,3% a mais do que em 2020 (mais 338.091 em números absolutos).
Se considerarmos apenas as unidades que nasceram em 2021, a Bahia teve uma taxa de natalidade empresarial de 14,9%, o que significa que 36.122 empresas começaram a funcionar pela primeira vez naquele ano. Isso representa uma crescimento de 22,6% frente a 2020, quando haviam nascido 29.474 unidades empresariais no estado (6.648 a menos, numa taxa de natalidade de 12,9%).
Setor cultural
Dentre as 19 atividades econômicas pesquisadas na Bahia, o segmento de artes, cultura, esportes e recreação foi o principal destaque em 2021, tanto em relação à taxa de entrada, quanto à taxa de saída de empresas.
Em 2021, o segmento contava com 2.499 unidades locais de empresas na Bahia. Destas, 638 haviam entrado em atividade naquele ano, em uma taxa de entrada de 25,5%, a maior do estado. Porém, a atividade também teve a maior mortalidade, com 482 empresas do setor cultural deixando de existir, em uma taxa de 19,3%.
A segunda maior taxa de entrada de unidades locais de empresas na Bahia em 2021 ficou com a atividade de informação e comunicação (24,0%). Das 5.092 empresas desse segmento na Bahia, 1.222 começaram a atuar em 2021.
E as empresas de atividades profissionais, científicas e técnicas contaram com a terceira maior taxa de entrada (23,8%), com 3.950 unidades locais surgindo na Bahia em 2021, em um total de 16.591.
Por outro lado, a segunda maior taxa de mortalidade de empresas na Bahia em 2021 ficou com as outras atividades de serviços, que perderam 690 unidades locais, ficando com um total de 3.984, em uma taxa de 17,3%.
O segmento de alojamento e alimentação teve a terceira maior taxa de mortalidade no estado (16,1%), perdendo 2.170 unidades locais e ficando com 13.497.
O maior número absoluto de nascimentos e mortes, por sua vez, foi verificado no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas, com 18.620 unidades surgindo e 14.525 unidades deixando de existir em 2021.
Por ser o segmento mais representativo no setor empresarial baiano, com quase metade do total de unidades locais do estado (111.921 de 242.721, ou 46,1%), o comércio costuma liderar os rankings de números absolutos.
O segmento teve crescimento (+3,7%) no total de unidades locais entre 2020 e 2021 e uma taxa de natalidade de 16,6%.
Mortalidade
Apesar do saldo positivo da atividade empresarial em geral na Bahia, em 2021 a longevidade das empresas no estado continuou baixa.
Das 37.131 unidades locais de empresas que nasceram (ou começaram a funcionar pela primeira vez) em 2011, na Bahia, 27,5% (quase 3 em cada 10, ou 10.211) morreram (encerraram suas atividades) antes de completar um ano.
Apenas 7.166 (19,3% das que nasceram em 2011, ou 2 em cada 10) ainda estavam em atividade em 2021. Ou seja, 8 em cada 10 (29.965 unidades empresariais) fecharam as portas, no estado, em menos de dez anos de funcionamento. E 6 em cada 10 das unidades empresariais baianas nascidas em 2011 na verdade “morreram” bem mais cedo: antes de completar cinco anos de atividade (em 2016), 63,4% ou 23.541 haviam fechado as portas.
Todos os percentuais de sobrevivência empresarial por tempo de funcionamento na Bahia são menores do que os verificados no Brasil e no Nordeste como um todo. O estado tinha, em 2021, a 6a menor taxa de sobrevivência no 1º ano, a 9ª menor no 5º ano e a 10ª menor no 10º ano de atividade.
Dentre as 725.551 unidades locais de empresas privadas que nasceram no Brasil em 2011, 24,2% (175.583) morreram antes de completar um ano (75,8% sobreviveram); 6 em cada 10 (60,4% ou 438.233) morreram antes de completar cinco anos (39,6% sobreviveram) e 77,8% morreram antes de fazer uma década (564.479, ou seja, 22,2% sobreviveram).
Com mais unidades locais de empresas em geral na Bahia, entre 2020 e 2021, o número das empresas de alto crescimento no estado voltou a crescer após ter registrado queda no ano anterior.
Empresas de alto crescimento são aquelas que mostram um aumento médio do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ao ano, por um período de três anos seguidos, e que tinham 10 ou mais trabalhadores assalariados no primeiro ano de observação. Ou seja, são empresas que crescem sucessivamente em porte e, por isso, têm muita importância na geração de emprego.
Em um ano, o total de unidades locais de empresas de alto crescimento na Bahia aumentou 18,0%, passando de 2.369 para 2.796, o que representou mais 427 unidades locais dessa categoria entre 2020 e 2021.
Mesmo com a alta, porém, o número de empresas de alto crescimento na Bahia, em 2021, ainda estava 19,3% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, registrado em 2012, quando o estado contava com 3.465 unidades de alto crescimento.
Além disso, as unidades empresariais de alto crescimento representavam, em 2021, somente 1,2% do total de ativas na Bahia.
Entre 2020 e 2021, o número de unidades locais de empresas de alto crescimento também voltou a avançar no Brasil como um todo (+15,9%), de 56.912 para 65.959, com aumentos em 25 dos 27 estados.