Cinema

Mostra de cinema traz visão das mulheres sobre a sociedade alemã

A promoção é do Consulado Geral da Alemanha no Rio de Janeiro

Foto: Divulgação
Cena de "As Mulheres do Lago Walchensee", de Janna Ji Wonders

A cinematografia contemporânea alemã pelo olhar feminino. Assim é a Mostra Alemã de Cinema: Elas Dirigem!’ que chega à cidade do Rio de Janeiro, trazendo 13 produções entre longas documentais e de ficção, muitas delas inéditas no país.

O evento, que já contou com três edições em São Paulo, faz sua estreia em terras cariocas no CCBB Rio, com exibições entre 25 de outubro e 6 de novembro.

A promoção é do Consulado Geral da Alemanha no Rio de Janeiro e a realização do Centro Cultural Banco do Brasil, com apoio do Instituto Cultural alemão Goethe-Institut.

A programação apresenta ao público um recorte da diversidade cultural alemã a partir da visão de cineastas mulheres. Estarão retratadas tanto a Alemanha do passado quanto a atual, explorando temas como diversidade e feminismo através de obras dramáticas, históricas, românticas, destinadas a toda a família. A classificação etária vai de 10 a 16 anos, de acordo com o filme.

A sessão de abertura traz o premiado documentário “As Mulheres do Lago Walchensee” (Walchensee Forever), de Janna Ji Wonders. O longa conta a história de quatro gerações de mulheres pertencentes à família da diretora. O elemento de ligação entre elas é o lago Walchensee, onde há até hoje um café aberto por seus familiares em 1920.

Após sua estreia mundial na Berlinale 2020, na qual recebeu o “Prémio Compass Perspective”, o filme participou do circuito dos festivais europeus e ganhou o "Prêmio de Cinema da Baviera" e o "Prêmio de Câmera Alemã", foi indicado ao "Prêmio de Documentário Alemão" e ao "Prêmio de Cinema Europeu".

Outro destaque da programação é “Home”, estreia de Franka Potente – a protagonista do sucesso “Corra, Lola, Corra”(1998) – como diretora e roteirista. No longa, um ex-criminoso volta para casa da prisão e deve enfrentar os demônios de seu passado.

Também o premiado “Transtorno Explosivo” (Systemsprenger), de Nora Fingscheidt, vencedor da Berlinale 2020 em várias categorias, inclusive de “melhor filme” e de “melhor direção”. O filme traz a história da menina Benni, de nove anos; pequena, mas perigosa.

Obras que relembram o conturbado passado alemão também estão na edição carioca da Mostra. Em “A Última Execução” (Nahschuss), de Franziska Stünkel, a história do engenheiro Franz Walter é baseada na trajetória de Werner Teske, o último homem a ser executado na antiga Alemanha Oriental.

Já em “Shoa. Quando Deus Dormia” (Endlich Tacheles), de Andrea Schramm e Jana Matthes, Yaar é um jovem judeu berlinense que sonha em se tornar um designer de jogos. Enquanto desenvolve um jogo baseado na Segunda Guerra Mundial, depara-se com a história de sua própria família e com a indagação: “o que o holocausto tem a ver comigo?”.

Na programação há ainda comédias como o roadmovie “Missão Ulja Funk” (Mission Ulja Funk), de Barbara Kronenberg; a romântica “Geração Sem Compromissos - O amor na era do Tinder” (Generation Beziehungsunfähig) e a dramática “Longe demais” (Zu weit weg), de Sarah Winkenstette. Também o biográfico “Vem comigo ao cinema - Os Gregors” (Komm mit mir in das Cinema – Die Gregors) de Alice Agneskirchner; o documentário “Anima – Os vestidos do meu pai” (Anima – Die Kleider meines Vaters), de Uli Decker; além dos dramas “Meu Filho” (Mein Sohn), de Lena Stahl; e as obras de ficção “Casulo” (Kokon), de Leonie Kippendorf, e “Preciosa Ivie” (Ivie wie Ivie), de Sarah Blasskiewitz – uma reflexão sobre raça com atuações brilhantes como a de Lorna Ishema, que venceu o Prêmio de Cinema Alemão de Melhor Atriz Coadjuvante.