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Israel confirma ter encontrado bebês decapitados por terroristas

Idosos também foram mortos pelo Hamas

Foto: Twitter | Reprodução
Corpos são recolhidos por soldados

O Ministério da Defesa de Israel confirmou nesta quarta-feira (11 de outubro), à CNN, ter encontrado cerca de 40 corpos de bebês e crianças "decapitados" no kibutz Kfar Aza, atacado no sábado (7) pelo grupo terrorista Hamas, que negou a informação.

A vice-porta-voz do Exército de Israel, Masha Michelson, garantiu que "recém-nascidos e crianças foram mortos por terroristas".

As Forças de Defesa de Israel levaram dezenas de jornalistas estrangeiro para testemunharem a morte e a destruição causadas pelos terroristas do Hamas.

“Não é uma guerra”, disse o general Itai Veruv, chefe do Comando de Profundidade das FDI, aos repórteres. “Não é um campo de batalha. Vemos os bebês, as mães, os pais nos seus quartos, e como os terroristas os mataram. Não é uma guerra… é um massacre.”

Há evidências no Kibutz Be’eri de que crianças foram mortas na frente dos pais, diz o major Doron Spielman. Facas foram encontradas deixadas em algumas das crianças. Os corpos ainda estão sendo retirados do kibutz, que Spielman diz que será lembrado como um símbolo do massacre do Hamas, tal como Auschwitz é o do Holocausto.

Spielman diz que foram encontradas partes de corpos de crianças, e elas ainda não sabem a quem pertenciam até que sejam comparadas com o DNA de parentes vivos.

As equipes de busca e resgate de Zaka continuam trabalhando para encontrar e retirar corpos. “Levaremos semanas para entender o que aconteceu aqui”, diz Spielman.

Há casas que mal estão de pé. Paredes desmoronaram, quartos foram queimados e o cheiro de cadáveres paira no ar.

No kibutz Nir Oz, perto da Faixa de Gaza, os 400 habitantes acordaram cedo no sábado porque suas casas estavam em chamas. O jovem Mor Bayder só descobriu horas depois o que havia acontecido com sua avó: os militantes mataram a idosa e publicaram o vídeo do assassinato em sua página no Facebook.

"Minha avó, residente de longa data do Kibutz Nir Oz, foi morta em um assassinato brutal", escreveu ele nas redes sociais. Segundo o neto, "um terrorista foi até a casa dela, matou-a, pegou seu telefone, filmou o horror e postou em seu mural do Facebook". "Foi assim que descobrimos", concluiu.

Os corpos de duas portuguesas desaparecidas em Israel foram encontrados. Rotem Neumann, de 25 anos e Dorin Atias, de 22, estavam no festival de música atacado pelos terroristas e foram assassinadas com mais 260 pessoas. O corpo de Dorin Atias demorou a ser identificado por estar despedaçado por uma granada.

Foto: Instagram | Reprodução

Malala Yousafzai

A ativista e vencedora do Nobel da Paz Malala Yousafzai pediu um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e Hamas.

Ela afirmou lamentar "por todas as crianças e as pessoas que desejam paz e justiça".

Em uma declaração no Twitter, Malala disse que tinha 11 anos quando assistiu "a violência e o terrorismo": "Acordávamos com o barulho dos morteiros, assistimos a destrução das nossas escolas e das mesquitas. A paz se tornou apenas um sonho. A guerra nunca poupa as crianças, nem as raptadas de suas casas em Israel, nem as escondidas de ataques aéreos ou sem comida e água em Gaza", disse. 

No Brasil, o MST-Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra apagou nota publicada em seu site oficial apoiando o ataque do Hamas.

Veja o que o MST publicou:

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil mais uma vez reitera nosso apoio total e irrestrito à luta do povo Palestino pela sua autodeterminação e contra a política de apartheid implementada por Israel.

A Resistência Palestina, desde Gaza, reagiu, de maneira legítima, às agressões e à política de extermínio que Israel implementa na região há mais de 75 anos.

Gaza foi transformada pelo governo sionista de Israel em uma prisão a céu aberto! Um campo de concentração isolado do resto do mundo, permanentemente atacado e bombardeado pelo exército de Israel.

Um território de 365 km2 onde vivem mais de 2 milhões de palestinas e palestinos que foram expulsos de suas casas e suas terras pelo exército e por colonos de Israel. Um dos territórios mais densamente povoados do mundo, em que as pessoas não tem a liberdade de ir e vir; são privados de comida, água, medicamentos, energia, assistência médica, entre outros direitos.

À brava Resistência Palestina em Gaza: seguiremos apoiando e defendendo o direito legitimo dos povos a reagir contra a opressão!

Ao povo de Gaza: vocês são um exemplo de resiliência para todos e todas que lutam por um mundo mais justo, onde os povos tenham o direto de definir seus próprios destinos, sem intervenções e colonizações.

Ao povo Palestino em qualquer lugar do mundo: vocês têm no Movimento Sem Terra irmãos e camaradas de luta! Não descansaremos enquanto não conquistarmos uma Palestina livre, com capital em Jerusalém e com o legitimo direito ao retorno de todos os refugiados expulsos de suas casas, terras e aldeias!

Seguiremos de mãos dadas com o povo Palestino, rompendo todas as cercas e muros que nos privam de viver e amar!

O Partido da Causa Operária (PCO) também comemorou a invasão praticada pelo Hamas, considerando o sábado (8) "um dia histórico não só para o povo palestino, mas para todos que querem ver o mundo livre da opressão, da tirania e do terrorismo". E completou: “O Hamas acendeu a chama da resistência contra o estado terrorista e fictício de Israel. Todo apoio ao Hamas! Fim de Israel!”.

Lula cita o Hamas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quarta-feira (11) um apelo ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e à comunidade internacional para que atuem em prol da proteção de crianças palestinas e israelenses.

"É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias. É preciso que Israel cesse o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra", diz uma mensagem publicada por Lula nas redes sociais.

"É urgente uma intervenção humanitária internacional. É urgente um cessar-fogo em defesa das crianças israelenses e palestinas. O Brasil, na presidência provisória do Conselho de Segurança da ONU, se juntará aos esforços para que cesse de imediato e em definitivo o conflito. E continuará trabalhando pela promoção da paz e em defesa dos direitos humanos no mundo", ressaltou o presidente.

Segundo Lula, é preciso "pôr fim à mais grave violação aos direitos humanos no conflito no Oriente Médio. Crianças jamais poderiam ser feitas de reféns, não importa em que lugar", disse. 

As brasileiras Karla Stelzer (desparecida) e Bruna Valeanu (morta pelos terroristas)
Foto: Redes sociais | Reprodução

Reféns e mortos brasileiros

Dez mil pessoas compareceram ao enterro da brasileira Bruna Valeanu na noite dessa terça-feira (10), em Petach Tikva, na região central de Israel.

Cidadãos do país que não conheciam Bruna se organizaram para apoiar a mãe e a irmã da jovem, que estão sozinhas em Israel.

Bruna foi assassinada pelo Hamas durante a festa rave no sul de Israel, quando o grupo invadiu o evento e passou a atirar contra os participantes de forma indiscriminada. 

O gaúcho Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos, foi o primeiro brasileiro encontrado morto. O Exército de Israel foi até a casa do pai de Ranani, que mora em Israel, para confirmar a morte do brasileiro.

A brasileira Karla Stelzer está desaparecida.

Nesta quarta-feira, um porta-voz do Exército de Israel que há cidadãos brasileiros e italianos entre as pessoas mantidas como reféns pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas na Faixa de Gaza.

"1,2 mil israelenses mortos, 2,7 mil feridos, dezenas de israelenses são mantidos como reféns dentro de Gaza pelo Hamas, aliás muitos deles com dupla nacionalidade. Então isso não é apenas um desafio israelense, é algo que diz respeito a muitos dos países livres no mundo", afirmou o tenente-coronel Jonathan Conricus em um vídeo publicado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) no Twitter.

"Tratam-se de americanos, britânicos, franceses, alemães, italianos, brasileiros, pessoas da Argentina, da Ucrânia e de muitos outros países.

Não lembro a lista inteira porque é muito longa. Esses são os civis que o Hamas arrastou para Gaza e mantém como reféns. Estamos comprometidos a resgatá-los", acrescentou Conricus, sem dar mais detalhes.

Uma brasileira, Karla Stelzer Mendes, ainda está desaparecida após os ataques do Hamas a Israel, enquanto outros dois tiveram a morte confirmada: Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu.

O governo do Brasil disse que ainda não confirmou a existência de brasileiros mantidos como reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza.

"De fato recebemos essa informação também e estamos procurando verificá-la, mas não temos ainda confirmação de que existiriam reféns com nacionalidade brasileira. Estamos buscando essa informação", declarou Carlos Sobral Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores.

Os números de plantão da Embaixada do Brasil em Tel Aviv (+972 (54)8035858) e do Escritório de Representação em Ramalá (+972 (59)2055510), com “Whatsapp”, estão disponíveis para brasileiros em situação de emergência.

O plantão em Brasília pode ser contatado pelo número +55 (61) 982600610.

Negociações

John Kirby, porta-voz da Segurança Nacional da Casa Branca, afirmou que os Estados Unidos estão envolvidos em discussões com o Catar para trabalhar no sentido da libertação de cativos e reféns em Gaza.

"Obviamente, estamos em discussões não apenas com os israelenses, sobre como poderia ser a recuperação de reféns, mas com outros aliados e parceiros na região. E há alguns países como o Qatar que têm linhas abertas de comunicação com o Hamas, por isso de claro, estamos lançando a rede como seria de esperar, queremos trazer todos esses reféns de volta para suas famílias, especialmente os reféns americanos, não há dúvida sobre isso", disse ele.

Pelo menos 17 americanos em Israel continuam desaparecidos após os ataques do Hamas, e espera-se que tanto esse total como os 22 mortos confirmados aumentem, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

A agência de notícias Associated Press confirmou a morte de 22 cidadãos norte-americanos.