Depois de cinco meses de sucesso de público e crítica a exposição ‘UANGA’, retrospectiva da carreira do artista baiano, J. Cunha, será encerrada neste final de semana (19 e 20) no Museu de Arte Moderna (MAM Bahia), com visitação pública gratuita das 10h às 18h. A mostra marca ainda os 75 anos de idade e 57 anos de carreira do artista que permeia sua vasta produção artística com inspiração nos universos afro-baiano, indígena e sertanejo.
A exposição foi aberta em 29 de março, aniversário de 474 anos de fundação da Cidade de Salvador, como 1º Ato do processo criativo da mostra. O 2º Ato ocorreu em 13 de junho, Dia de Santo Antônio e aniversário de 75 anos de Cunha, e o 3º e último Ato aconteceu no último dia 10 de agosto. A mostra ocupa o espaço expositivo do Casarão, nos seus dois pavimentos (telas, tecidos e instalações), além do Espaço das Arcadas (cartazes impressos) e área internas do museu (antiga mangueira e o portal do MAM) com instalações artísticas.
Ilê Ayê e signos – De acordo com a diretora do MAM, Marília Gil, esta é considerada a primeira retrospectiva mais completa que acontece sobre o artista baiano. “São uma profusão de obras, com telas, tecidos, esculturas, instalações, cenários de espetáculos, cartazes, documentos e fotografias da vida e da carreira de J. Cunha”, completa Marília. “J. Cunha também foi responsável pela identidade visual do bloco afro Ilê Aiyê durante 25 anos”, finaliza a diretora do MAM.
‘UANGA’ é uma palavra de origem da grande nação africana Bantu e significa feitiço, encantamento. “Em Uanga reunimos 60 anos de uma práxis inspirada pelos signos da cultura da Bahia, relacionados à origem afro-indígena-sertaneja de J. Cunha, que, por sua vez, em sua trajetória, foi impregnado pela história da arte, pela cultura pop, pelo tropicalismo e pelo carnaval de Salvador”, relata o curador da exposição, Daniel Rangel.
J. Cunha – Nascido na Península de Itapagipe, em Salvador (1948), José Antônio Cunha fez o Curso Livre da Escola de Belas Artes/UFBA, foi cenógrafo e figurinista do grupo cultural Viva Bahia, assinou cenários/figurinos do Balé Brasileiro da Bahia, Balé do Teatro Castro Alves e, durante 25 anos, a concepção estética do bloco afro Ylê Aiyê, além de decorações dos Carnavais de Salvador. Artista plástico, designer gráfico, cenógrafo e figurinista, Cunha participou de bienais, coletivas e individuais nos Estados Unidos, África e Europa. Sua carreira transita ainda pela Dança, Teatro e Música.
Na sua trajetória Cunha integrou o The Refugee Project’ no Museu de Arte Africana de Nova York (1997), ‘Exposição de Arte Contemporânea: As Portas do Mundo’ na Europa/África (2006), Bienal Internacional de ‘Design de Saint Étienne’ na França e ‘Design Brasileiro–Fronteiras’ (2009) no MAM/São Paulo. Participou de mostras de arte negra em Los Angeles e Oakland, na Califórnia, dentre outras. Seu trabalho se caracteriza pelo mergulho no imaginário das culturas afro-indígenas e popular nordestina brasileira, através da pesquisa, assimilação e transformação num universo próprio, mítico e mágico, simbólico e intuitivo.
Os visitantes do MAM devem dar prioridade ao transporte público e veículos de aplicativo para chegar ao museu, já que nem sempre os pátios externos estão livres para estacionar. Mais informações: (71) 31176132 e 31176139 (segunda a sexta, 9h às 12h e 13h às 15h). Acesse o instagram @bahiamam e site www.mam.ba.gov.br.