Bahia

Bahia tem surto de catapora

A baixa cobertura vacinal é um dos motivos

A Bahia entrou em estado de alerta sobre o aumento nos casos de catapora em alguns municípios. Até o dia 12 de agosto deste ano foram contabilizados 443 casos da doença no estado.

O alerta ocorreu após um aumento na notificação de surtos em unidades escolares de alguns municípios. As baixas coberturas vacinais representam risco iminente para ocorrência de surtos e casos graves de catapora no estado - e consequente aumento dos internamentos. O Brasil é referência mundial no Programa Nacional de Imunização (PNI), e não há dificuldade de oferta de vacinas por parte do estado.

A varicela, também conhecida como catapora, causa inflamação visível na pele, dor de cabeça, pneumonia e infecção no ouvido. É um vírus que se propaga de forma muito rápida e pode ser grave se migrar para os órgãos internos.

A vacina auxilia a conter a propagação dessa enfermidade, que é particularmente perigosa quando contamina adultos. A imunização é realizada em duas doses. A primeira é aplicada a partir do 15º mês de vida e faz parte da Campanha Nacional de Multivacinação. Cabe salientar que quanto maior o número de pessoas vacinadas, menor a chance dos agentes infecciosos se espalharem.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, emitiu um alerta para os municípios baianos para serem tomadas medidas de prevenção e controle da doença. 

O documento aponta ainda que toda a rede de saúde deve fazer notificação imediata de casos suspeitos de varicela às autoridades sanitárias municipais e estadual. 

Dentre as medidas que devem ser adotadas estão a permanência no domicílio até que as lesões evoluam para crosta; bloqueio vacinal (vacinação seletiva de pessoas sem histórico de vacinação anterior) que deve abranger os contatos de casos suspeitos ou confirmados de varicela em creches, escolas, ambientes hospitalares e comunidades indígenas; intensificação da vacinação de rotina, com busca ativa de crianças não vacinadas; monitorar o aparecimento de casos novos.

De acordo com o alerta, não há indicação de suspensão de atividades escolares, devendo ser adotadas medidas específicas para as crianças que tenham tido contato com casos suspeitos e confirmados.

O alerta também descreve que as baixas coberturas vacinais representam risco iminente para ocorrência de surtos e casos graves de varicela no estado e consequente aumento dos internamentos. Este cenário justifica a necessidade de intensificação das ações de assistência e vigilância em saúde, para prevenção de casos graves e óbitos, sendo recomendada aos municípios a notificação de casos e surtos, bem como a avaliação da cobertura vacinal de rotina para busca ativa de susceptíveis nas faixas etárias elegíveis. 

Até maio de 2023, o estado alcançou cobertura de 49,88% da varicela monovalente, abaixo da meta preconizada para controle da doença (maior ou igual a 95%), conforme o Tabnet/Datasus.