Os termos utilizados pelos médicos para falar sobre ataque do coração são: Infarto do miocárdio, enfarte do miocárdio, doença isquêmica do coração, obstrução das coronárias ou crise cardíaca. Entre a população o termo mais usado é infarto. 

O infarto silencioso, também conhecido como infarto subclínico, é uma condição cardíaca grave, mas com sintomas que podem passar despercebidos.

O infarto se dá quando o suprimento de sangue a uma parte do músculo cardíaco é reduzido ou cortado totalmente. Isso acontece quando uma artéria coronária está contraída ou obstruída (entupida), parcial ou totalmente.

Com a supressão total ou parcial de sangue ao músculo cardíaco, ele para de funcionar adequadamente, levando a pessoa à morte súbita, morte tardia ou insuficiência cardíaca com severas limitações físicas até a completa recuperação, em alguns casos.

O infarto pode também acontecer em pessoas que têm as artérias coronárias normais. Isso acontece quando as coronárias apresentam espasmo, contraindo-se violentamente e produzindo um déficit parcial ou total de sangue ao músculo cardíaco irrigado pelo vaso contraído. Esse tipo de espasmo também pode acontecer em vasos já comprometidos pela aterosclerose (excesso de gordura nas paredes das artérias).

O infarto sempre esteve associado à velhice, o que é um engano. A freqüência de ataques do coração entre brasileiros com menos de 55 anos é 40% maior que a média no resto do mundo. E pior: nessa faixa etária o infarto tende a ser fulminante. Isso ocorre porque o coração ainda não viveu o suficiente para criar a chamada circulação colateral – uma rede de pequenos vasos que se forma com a idade e serve de caminho alternativo para a irrigação sanguínea.

Em silêncio

O infarto é conseqüência de um mal de evolução lenta e silenciosa. Erroneamente, muitos acreditam que seria suficiente levar uma vida saudável para manter o coração funcionando bem. Fugir dos fatores de risco é um cuidado essencial nesse caso. Mas não basta. É preciso ter em conta outros fatores, como os genéticos. Homens e mulheres com histórico de infarto na família devem redobrar a atenção. 

Ao contrário do infarto tradicional, no qual o sintoma de dor no peito é evidente, o infarto silencioso ocorre sem apresentar sinais óbvios, o que pode torná-lo perigoso, por dificultar que o paciente não procure ajuda médica em tempo hábil.

Um ataque cardíaco silencioso tem de sintomas sutis, mínimos mesmo, ou até mesmo nenhum.

É possível identificar um infarto silencioso?

De acordo com o médico cardiologista Dr. Roberto Yano, apesar de ter sintomas pouco perceptíveis e atípicos, é possível identificar o infarto silencioso através de uma boa avaliação clínica e exames complementares.

“Um dos maiores problemas na identificação do infarto silencioso é que seus sintomas podem ser facilmente confundidos com sintomas de estresse, ansiedade, cansaço, uma gastrite, entre outras causas”.

“Não raro o paciente que está infartando pode ter sintomas atípicos, ou seja, nem sempre chega com a dor precordial clássica. Principalmente mulheres, idosos e diabéticos, podem manifestar o infarto através de sintomas atípicos, como falta de ar, sudorese fria, sensação de desmaio, dor nas costas, dor na região do estômago”. Explica Dr. Roberto Yano.

É possível prevenir um infarto silencioso?

“Sim. A prevenção do infarto silencioso é a mesma da prevenção do infarto tradicional. É importante realizar sempre os exames de rotina, manter todos os fatores de risco para infarto bem controlados, como a pressão arterial, a glicemia, os níveis de colesterol e triglicérides, evitar logicamente o tabagismo, fazer exercício físico regular, evitar o estresse, dormir bem, e se alimentar adequadamente”.

“Por fim, pessoas com esses fatores de risco devem estar especialmente atentas à saúde cardíaca e realizar os exames regulares para detectar precocemente as doenças do coração, ou melhor para evitar a ocorrência de quaisquer doenças cardíacas”. Indica Dr. Roberto Yano.

Complicações

Insuficiência cardíaca - eles não procuram o hospital, então o infarto afeta o coração deixando mais danos. Uma pessoa que teve um ataque cardíaco silencioso tem um risco  35% maior de insuficiência cardíaca.

Derrame - quem tem infarto silencioso aumenta risco de AVC porque pode formar trombos porque o coração pode dilatar, além de aumentar isso de fibrilação atrial

Corre risco de um outro ataque cardíaco, já que nem se tocaram que tiveram um. Na verdade, as pessoas que têm um infarto silencioso e desconhecem isso, têm um risco três vezes maior de morrer de doença arterial coronariana.

E por tudo isso, aumenta o risco de morte súbita.

Fatores de risco

Os mesmos de um infarto clássico. Tudo que causa aterosclerose:

-- Tabagismo
-- Diabetes
-- Pressão alta
-- Sobrepeso e obesidade
-- Sedentarismo: a falta de exercícios físicos
-- Colesterol :Tanto HDL baixo quanto LDL, o colesterol ruim, alto,
l-- Ipoproteína A elevada.
-- Inflamação
-- Idade: mulher na pós-menopausa acima de 55 anos ou um homem com mais de 45 anos têm mais risco de um ataque cardíaco.
-- Histórico familiar de infarto e derrame

6 sinais e sintomas de um ataque cardíaco silencioso ignorados

Fadiga - A pessoa pode sentir fadiga ou desconforto físico um mal estar indefinido e pensar que é devido ao excesso de trabalho, falta de sono ou mesmo, idade.

Pode não ser. As mulheres pensam que estão com uma virose passageira.

Se você tem aqueles fatores de risco que eu acabei de falar, a fadiga pode estar sendo interpretada de uma maneira errada. Não erre! Vá ao pronto socorro para fazer ECG e enzimas cardíacas. Pode salvar sua vida.

Desconforto leve no peito - A maioria dos ataques cardíacos silenciosos envolve uma  dor leve, sutil, ou desconforto no centro do peito.

No centro. A pessoa pensa: são gases, ou é azia, refluxo, indigestão. Se você sentir que algo não está certo, você precisa ser avaliado por um médico no pronto-socorro.

Suor -  Se você está suando sem estar quente demais, sem estar fazendo exercício, está esquisito, tem que lembrar que pode ser um ataque cardíaco silencioso. E você deve ir ao pronto-socorro, especialmente se for diabético.

Falta de ar - Se você, de repente, sente que acabou de correr uma maratona, mas só subiu meia dúzia de escadas, isso pode ser um sinal de que seu coração não é capaz de bombear sangue para o resto do corpo. E no infarto silencioso a falta de ar pode ocorrer sem dor no peito.

É algo comum. Especialmente em mulheres. O que é chamado de uma falta de ar desproporcional aos esforços. Talvez aquele sintoma de alarme. Você também pode sentir tonturas ou vertigens – e é possível que você desmaie.

Náuseas - A pessoa pode achar que é uma simples indigestão ou uma virose, ou mesmo uma gripe. Mas as náuseas podem ser sinal de um ataque cardíaco, especialmente se estiver suando frio, com desconforto no peito ou com fadiga.

Desconforto - Novamente, um desconforto leve, diferente do infarto clássico, na mandíbula, estômago, pescoço, uma pressão nas costas ou sentindo que há uma corda amarrada ao redor dela.

Sinais para ficar de olho

Além dos sintomas acima, o infarto silencioso ou pouco óbvio pode provocar:

-- Queimação no estômago.
-- Dores nas costas.
-- Formigamentos no braço esquerdo e no pescoço.
-- Desconforto no peito durante o exercício que vai embora ao repousar.