Despontando no cenário de instabilidade econômica após pandemia de covid-19, a nova tendência nomeada ‘quiet luxury’ (“luxo silencioso”) também surge em um momento de maior consciência sustentável com relação ao consumo e à moda nas últimas décadas.
“A vertente dessa tendência aponta para um luxo sem excessos ou ostentações. A série ‘Sucession’, da HBO Max, que finalizou recentemente, foi um grande expoente do estilo, na construção dos seus personagens principais: multimilionários que usam roupas com modelagens mais conservadoras, em paletas de cores acromáticas e mais neutras como tons de preto, cinza, marrom, bege e off-white, vindo na contramão da explosão de cores vista no ‘dopamine dressing’”, diz o especialista em cores e cofounder do ColorApp, primeiro aplicativo de combinação de cores do Brasil, Kisley Gomes.
No ‘quiet luxury’, o que conta são cores sóbrias e discrição. Kisley explica que é um luxo simplificado, onde não há preocupação em anunciar o que se está vestindo, já que este não é o foco - e, quem conhece, vai reconhecer.
"Marcas como The Row, Loro Piana e Brunello Cucinelli são representantes do estilo, com nada de modismos, aviamentos expressivos, estampas grandes, monogramas, logos e cores vibrantes. O destaque são as peças curingas e atemporais, com extrema qualidade nos materiais, tornando o segmento até mais sustentável”, explica.
Paralela à tendência, ainda se mantém, como uma evolução da moda dopamina, o que estão chamando de ‘Revival festivo’, outra estética com cores mais alegres, decotes, transparências e aplicações, com muita energia que o Brasil adora, comunicando tropicalidade e férias. Cores como pink, laranja e azul klein entram nesta paleta com muita força, cores já bastante acessadas no aplicativo ColorApp para fazer combinações.
“As duas tendências, apesar de opostas, coexistem por um tempo porque, apesar da policrise mundial, o ‘Revival festivo’ reflete o comportamento dos otimistas, em um direcionamento estético mais iluminado, boho e também uma pegada mais resort”, acrescenta Kisley.
Na prática, antes de aplicar tais tendências no dia a dia, é importante o consumidor ou o lojista entender o espírito do tempo que estamos vivendo, a maneira como isso se transforma em códigos do vestir e, acima de tudo, se faz sentido para quem vai usar a roupa. Assim, será mais fácil acertar nas escolhas e, também, alcançar ótimos negócios.