Há diferentes versões para a origem do forró. Uma delas é de que surgiu no final do século XIX, na região de Pernambuco, onde eram realizados bailes populares chamados de "forrobodó", "forrobodança" ou "forrobodão". Esses bailes eram feitos em locais com o chão de terra batida, sem revestimento, e era preciso molhar o piso para evitar que a poeira levantasse durante a dança. Por isso, as pessoas dançavam arrastando os pés, dando origem ao termo "rastapé" ou "arrasta-pé".
Outra versão aponta para as regiões rurais do estado da Paraíba, na década de 1940.
O forró também tem influência de ritmos indígenas, como o toré, uma celebração em que os participantes arrastam os pés no chão; e de ritmos europeus, como o faux-bourdon francês, que significa "desentoação", e as danças de salão portuguesas e holandesas.
A música nordestina é marcada pela diversidade de influências, como a música indígena, africana e europeia. Dentre essas influências, destacam-se o baião, o xote, o arrasta-pé, o coco e o repente, que são ritmos tradicionais da região.
De onde vem o nome
O nome forró pode ter várias origens. Segundo o filólogo pernambucano Evanildo Bechara, é uma redução de forrobodó, que por sua vez é uma variante do antigo vocábulo galego-português forbodó, corruptela do francês faux-bourdon, que teria a conotação de desentoação.
O elo semântico entre forbodó e forrobodó tem origem, segundo Fermín Bouza-Brey, na região noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), onde "a gente dança a golpe de bumbo, com pontos monorrítmicos monótonos desse baile que se chama forbodó".
Outra hipótese é que seja uma adaptação da expressão inglesa "for all", que significa "para todos", usada pelos engenheiros britânicos que trabalhavam na construção da ferrovia Great Western em Pernambuco e que promoviam festas abertas ao público.
Também se defende que a expressão inglesa era utilizada pelos soldados americanos durante a Segunda Guerra Mundial para convidar todos a participarem das festas que promoviam.
O nome forró só começou a ser usado de fato em 1950, quando o cantor e compositor Luiz Gonzaga gravou a música "Forró de Mané Vito", em parceria com Zé Dantas. Em 1958, outra canção de Luiz Gonzaga chamada "Forró no Escuro" também fez muito sucesso.
Ouça
Forró de Mané Vito | Luiz Gonzaga
O forró se tornou conhecido em todo o Brasil graças à migração nordestina para outros estados do país, principalmente nas décadas de 1960 e 1970. Os nordestinos levaram consigo a sua cultura musical e suas festas juninas, onde o forró era o ritmo predominante.
Também ganhou destaque com artistas como Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Sivuca e Trio Nordestino, que divulgaram o gênero pelo país.
O período de maior difusão ocorreu nas décadas de 1940 e 1950, quando Gonzaga e seu parceiro musical Humberto Teixeira lançaram diversos sucessos que se tornaram verdadeiros hinos do gênero, como "Asa Branca" e "Baião". Essas canções falavam sobre a vida no sertão, retratando a seca, a saudade e a cultura nordestina de forma poética e melódica.
Com o passar do tempo, ganhou novas roupagens e influências, incorporando elementos do rock, do jazz e da música pop. Surgiram subgêneros como o forró eletrônico e o forró universitário, que trouxeram uma sonoridade mais moderna e jovem ao gênero.
O forró é considerado um patrimônio cultural imaterial do Brasil e é celebrado no dia 13 de dezembro, data de nascimento de Luiz Gonzaga, o rei do baião. O forró é um ritmo alegre, contagiante e diversificado, que possui vários subgêneros, como o xote, o baião, o xaxado e o forró eletrônico.