Em abril, a negativação alcançou 1.100.102 negócios na região Nordeste do país. Dentre as Unidades Federativas (UFs), a Bahia liderou com o maior número de CNPJs inadimplentes (338.170), e com exceção de Alagoas, todas atingiram o recorde da série histórica do Indicador de Inadimplência da Serasa Experian, iniciada em 2016.
De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o quadro econômico do país continua impondo desafios aos empreendedores, que acabam entrando na inadimplência.
”Infelizmente a análise continua a mesma, já que fatores como a inflação e a taxa Selic seguem abalando o poder de compra dos consumidores que, em grande parte, ainda se encontram negativados. Com insumos encarecidos, juros altos e nenhum incentivo ao consumo, o fluxo de caixa das empresas não encontra espaço para crescer, o que torna a quitação de dívidas inviável para os donos de negócios”.
No País
Ainda em abril, em todo o Brasil, a inadimplência alcançou 6.512.731 empreendimentos brasileiros. Esse foi o maior número registrado pelo Indicador de Inadimplência da Serasa Experian.
O valor das dívidas, quando somadas, também cresceu e atingiu quantia recorde, essa de R$ 117,5 bilhões. Em média, cada CNPJ possui cerca de 7 contas negativadas.
Os empreendimentos do segmento de “Serviços” são os mais afetados e representam 54% do total de inadimplentes. Em sequência está o “Comércio”, com representatividade de 37%, seguido pelas “Indústrias” (7,7%), “Setor Primário” (0,8%) e “Outros” (0,5%) – categoria que contempla empresas “Financeiras” e do “Terceiro Setor”.
A análise por Unidade Federativa revelou que São Paulo é o estado com o maior número de empresas inadimplentes. Em segundo lugar estava Minas Gerais, seguido pelo Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia.
Micro e pequenas empresas
Dentre as mais de 6,5 milhões de companhias negativadas, 5.755.735 são micro e pequenos negócios. Considerando apenas as empresas desses portes, existem mais de 39 milhões de dívidas e a soma desses débitos totaliza R$ 94,5 bilhões.
“Os empreendimentos de portes menores são, naturalmente, mais impactados pelas dificuldades financeiras, já que possuem menor fôlego no fluxo de caixa e pouca reserva emergencial”, explica Rabi.