A Regeneron International Science and Engineering Fair (ISEF) terminou nessa sexta-feira (19 de maio) em Dallas (Estados Unidos).
No evento, que reuniu mais de 1.700 estudantes de cerca de 70 países para competir por bolsas de estudo, estágios, viagens de campo e um total de US$ 9 milhões em premiações, os estudantes brasileiros obtiveram cinco premiações e uma menção honrosa.
A delegação brasileira foi composta por 25 estudantes de ensino médio e técnico, de várias regiões do país, que desenvolveram 18 projetos de pesquisa. Doze deles foram selecionados pela Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), de São Paulo, patrocinada pela Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil e organizada pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), e os demais pela Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), de Novo Hamburgo (RS).
Realizada de maneira totalmente presencial pela primeira vez desde 2019, a premiação foi dividida em duas modalidades: Grand Awards Ceremony (prêmios de primeiro a quarto lugar, entregues pela organização da feira) e Special Awards Ceremony (prêmios concedidos pelas mais de 50 instituições de ensino e pesquisa parceiras).
Na Grand Awards Ceremony, o Brasil conquistou o segundo lugar na categoria Animal Sciences. Selecionado pela Febrace, o premiado, recebendo US$ 2 mil, foi o estudante Gustavo Botega Serra, da Escola Santa Terezinha, em Imperatriz (MA). Ele desenvolveu a partir do Tucum Mirim, fruto cultivado no Cerrado brasileiro, um modelo de repelente e um modelo de inseticida capazes de preservar 86,9% de seus princípios ativos, uma eficiência mais de três vezes superior à dos fármacos industriais. Em testes com animais, o inseticida se mostrou capaz de eliminar um a cada dois insetos e esterilizar larvas dos sobreviventes; já o repelente conseguiu afastar mais de 90% deles.
Na Special Awards Ceremony, as estudantes Kalyne Falcão e Lauanda Lima, selecionadas pela FEBRACE, receberam US$ 5 mil com o primeiro lugar na categoria USAID Science for Development - Climate and Environment Protection - entregue pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.
As estudantes da Escola Estadual Antonio Rodrigues Oliveira, de Pedra Branca (CE), desenvolveram um filtro de água a partir da carbonização da jurema-preta, uma planta abundante em todo semiárido nordestino que tem poucas aplicações comerciais e, portanto, acaba sendo descartada de forma inadequada em queimadas.
Além de sustentável e barato, custando apenas 50 centavos para ser produzido, o filtro de carvão se mostrou capaz de ajustar todos os parâmetros físico-químicos da água, como condutibilidade, solidez e pH, para torná-la potável.
Nessa mesma cerimônia, o Brasil ainda obteve mais três prêmios — todos conquistados por alunos selecionados pela MOSTRATEC. Lucas Hadlich Sampaio, do Colégio Dante Alighieri, de São Paulo (SP), conquistou US$ 3 mil com o segundo lugar na categoria USAID Science for Development - Working in Crisis and Conflict - com o projeto Desenvolvimento de uma rede de baixo custo para proteção e monitoramento contra deslizamentos em encostas nos centros urbanos.
Com o projeto Dispositivo Eletrônico para auxiliar na correção da síndrome do pé caído, Rebeca Goulart e Eloah Padrone, da Escola Técnica Estadual Henrique Lage, de Niterói (RJ), conquistaram o prêmio King Abdulaziz & his Companions Foundation for Giftedness and Creativity, obtendo bolsas de estudos completas na King Fahd University of Petroleum and Minerals, na Arábia Saudita, e mais 400 dólares.
E com o projeto Uso do grafeno associado a membrana inorgânica nanoporosa para o tratamento da água, Helena Moschetta e Manuela Prado Machado, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo (RS), conquistaram US$ 1.200 com o Prêmio da China Association for Science and Technology.