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Fundação Pedro Calmon destaca acervo documental em celebração ao Dia dos Povos Indígenas 

Além dos documentos e títulos para consultas e empréstimos, há materiais de autoria indígena para consulta remota 

Foto: Arquivo pessoal
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Em celebração ao Dia dos Povos Indígenas (19 de abril), a Fundação Pedro Calmon (FPC), unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBa), apresenta um acervo composto por itens documentais e bibliográficas sobre os povos indígenas, reunindo manuscritos e artigos de autoria indígena.   

Para Vladimir Pinheiro, diretor geral da Fundação Pedro Calmon é de fundamental importância ter e disponibilizar livros e documentos para ampliar as discussões e conhecimento acerca da diversidade do povo baiano e brasileiro. “Temos na FPC atribuições que versam sobre a memória e a identidade do povo baiano e apresentamos à sociedade parte de nosso acervo, que está disponível no Arquivo Público e nas Bibliotecas, inclusive a Biblioteca Virtual. Com isso, demonstramos a diversidade dos documentos custodiados que refletem na memória das lutas, das resistências e da cultura indígena e sua contribuição para formação da identidade do povo baiano”, ressalta Pinheiro.

À frente do Arquivo Público do Estado da Bahia, o arquivista Jorge Vieira destaca a importância dados referentes aos povos indígenas. “O acervo do APEB revela a riqueza histórica e cultural dos povos indígenas que habitaram o território baiano antes da chegada dos europeus e africanos”, ressalta. 

Ao todo estão sendo disponibilizados para consulta no local 7 maços documentais, sendo 2 referentes ao Fundo Governo Geral/Governo da Capitania, série Dossiês sobre Aldeamento e Missões Indígenas e 5 referentes ao Fundo Governo da Província, série Agricultura. Nos maços é possível conferir  um relatório da antiga Aldeia denominada Missão do Aricobé, no ano de 1869, um mapa dos supostos indígenas existentes na aldeia, e uma relação das aldeias existentes como indígenas. 

“Os documentos presentes no acervo permitem aprofundar nosso entendimento sobre essas culturas e suas contribuições na formação da identidade nacional. Ao valorizarmos a diversidade e resistência dessas comunidades, fortalecemos a preservação e difusão de seu legado para as futuras gerações”, declara o arquivista. 

Autoria Indigena 

Além do acervo documental do APEB, a FPC apresenta uma diversidade de obras que destacam estudos e abordagens sobre os povos indígenas. Distribuído entre as prateleiras das unidades do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas (SEBP) para consulta e empréstimo estão títulos como do ativista e escritor Daniel Munduruku, vencedor do prêmio Jabuti na categoria infantil, em 2018, entre os exemplares estão "Contos Indígenas Brasileiros" e "A palavra do grande chefe". 

A Biblioteca  Virtual Consuelo Pondé (BVCP) concentra um fundamental dossiê com artigos diversos de autoria indígena. “A colonialidade legou aos povos originários um profundo silenciamento de seus direitos e avançou, sem dó, sobre povos que ousaram viver mantendo suas vidas e  a floresta de pé”, exclama Clíssio Santana, Coordenador da BVCP. 

Entre os destaques da produção estão Felipe Tuxá, o primeiro professor indígena da Universidade Federal do Estado da Bahia e a dupla formada pelo historiador Casé Angatu e a geógrafa Ayra Tupinambá, entre outros autores.  

“As marcas do racismo que estruturam a sociedade brasileira congelou uma imagem mítica, distorcida e estereotipada sobre a diversidade indígena das mais diferentes formas,  e hoje, todos esses povos, chegam juntos para fortalecer as lutas por justiça,  democracia e cidadania”, afirma Clíssio.