O livro é uma compilação de cinquenta poemas dos últimos quatro livros do autor e alguns poemas inéditos e mais seis poemas que foram publicados pela Revista Literária Brasileira nº.106 da Academia Brasileira de Letras (ABL). E alguns poemas do livro foram interpretados por grandes atores e atrizes e estão disponíveis em vídeo na internet.
O poeta em mais de 30 anos de carreira acredita que a poesia está cada vez mais próxima do mundo atual onde tudo é rápido e veloz. E onde textos curtos e mais eficientes são cada vez mais aceitos e este cenário, segundo o poeta, é perfeito para este gênero literário.
“ Fiquei com muitos poemas acumulados pois geralmente entre um livro e outro demoro de oito a dez anos e estou tentando encurtar esse prazo. Pretendo lançar o próximo livro de poemas totalmente inédito ainda este ano.” - Diz o autor
Marcelo Girard, poeta e compositor carioca, tem uma carreira de trinta anos na literatura e na música. Com apenas dezesseis anos, em 1990, lançou seu primeiro livro de poesia, intitulado "O Dente Cariado De Cristo", que causou polêmica na época. Desde então, publicou outros livros, incluindo "Raivódio - Poesia Mix" (1999), "O Perfume do Átomo" (2005), com prefácio do crítico literário do jornal O Globo, André Luís Mansur, e "Dublê De Figurante" (2016 ), lançado em plataformas digitais.
Girard é criador da primeira rádio dedicada a esse gênero no país, fundada em 2007 e que funcionou até 2020. Além disso, ele é editor-chefe da Revista Literatura, bem como de jornais e revistas online no Brasil.
Ao longo dos anos, Girard teve a oportunidade de participar de coletâneas com autores famosos, como Ferreira Gullar, Olga Savary e o imortal Antônio Carlos Secchin. Ele também participou de diversos eventos, feiras literárias e exposições, consolidando sua posição como um importante nome na cena literária brasileira.
O livro de Girard, que agora está em sua segunda edição, recebeu o título de seu poema mais famoso, aclamado tanto no Brasil quanto no exterior. O poema, que dá nome ao livro, é o seguinte:
Não vou ao meu enterro
Para evitar o cheiro das flores
O choro do meu inimigo
O encontro de meus dois amores
As roupas apertadas
Parede de madeira envernizada
O sono silencioso dos sonhos
A maquiagem fora de moda
Rabecão correndo sem cuidado
Pertences pelo coveiro roubados
Eu virar santo
Qualquer um dar autópsia
Desnudar o manto
Um padre desconhecido
A missa comprada
Uma reza obrigada
E em vida me lembrar
Que não fui nada