15.700 policiais tentarão conter a violência que se espera durante as manifestações programadas na França para essa quinta-feira (6 de abril), informou o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin.
É o 11º dia de protestos nas últimas semanas, às vezes violentos, que têm levado milhões de pessoas às ruas.
A jornada ocorre um dia depois da reunião da primeira-ministra francesa com os sindicatos para tentar desbloquear o clima de tensão social, que terminou sem quaisquer resultados.
Élisabeth Borne recusou a principal reivindicação dos sindicatos - a retirada da lei, aprovada com recurso a uma disposição constitucional para fazer passar o texto sem votação no Parlamento.
A nova lei aumenta de 62 para 64 anos a idade para aposentadoria sem penalizações financeiras.
Nos últimos 3 meses, o governo do presidente Emmanuel Jean-Michel Frédéric Macron enfrenta o caos: quebra de mobiliário urbano, ataques a comércios e símbolos do capitalismo, confrontos com a polícia, provocados por uma população descontente com a reforma da Previdência.
A última manifestação ocorreu dia 28 de março e reuniu 740 mil pessoas. Os serviços de inteligência prevêem entre 600 mil e 800 mil manifestantes (de 60 a 90 mil apenas em Paris) nos cerca de 370 protestos programados para todo o país na quinta-feira.
A polícia de Paris recomenda o fechamento de lojas ao longo da rota da manifestação parisiense. Caso contrário, “é altamente recomendável protegê-las”, adverte.
Assessores do presidente Emmanuel Macron contestam a existência de uma “crise democrática” mencionada pelos sindicatos, afirmando que o projeto de reforma da previdência foi “realizado, explicado e assumido” pelo presidente francês. “Que um presidente eleito com maioria eleita, assumidamente relativa, procure levar a cabo um projeto que tem sido levado a cabo democraticamente, a isso não se chama crise democrática”, dizem os assessores, citados pelo jornal Le Parisien.