Mãe é sinônimo de carinho, cuidado e proteção. Ao ensinar, pode-se dizer que a primeira professora é a mãe, embora pais também tenham grande importância na educação de filhos.
Toda educação passa de algum modo pelo uso da linguagem e pelo exemplo. A linguagem facilita a compreensão de coisas aparentemente simples, mas que tem significado e sentido profundos.
O fundador do escotismo, o militar britânico Robert Stephenson Smyth Baden-Powell (1857 - 1941) costumava dizer que “não existe ensino que se compare ao exemplo”. Não à toa, a inteligência artificial funciona por meio de exemplos, que servem de treinamento para efetuar operações e tomada de decisões a posteriori.
A lógica clássica domina boa parte do pensamento, em particular o ocidental. Máquinas e robôs vêm aprendendo por meio de inteligência artificial, tendo como exemplos dados coletados pela humanidade ao longo dos tempos. Um termo muito comum é o de “aprendizado de máquina”, que grosso modo significa um aprendizado efetuado (ou não) por um professor(a).
Máquinas sabiamente não nascem; são criadas, construídas. Portanto, não tem pai nem mãe. Mas podem ter professores que, no caso, são comparados aos progenitores de aprendizes humanos. Diversas e sofisticadas técnicas vem sendo desenvolvidas, promovendo a elaboração de algoritmos para fins bastante distintos ao longo das décadas. No entanto, não há ainda, até onde se sabe, um robô que se aproxime da alma feminina, particularmente da sabedoria materna.
A lógica entre mães e filhos(as) segue uma estrutura particular. Tomando de uma alegoria, e com muito cuidado e respeito a todas as genitoras, pode-se ilustrar uma lógica bastante conhecida envolvendo matriarcas e seus descendentes. Desde a mais tenra idade, crianças tem sempre ouvido conselhos e observações que quase sempre soam enquanto verdade quando ditos pelas mães, mamães, madres e mainhas. Senão, vejamos: se ambos, mãe e criança, estão certos, quem tem razão é a mãe. Se só a mãe está certa, idem. Se só a criança está certa, continua tendo razão a mãe. Se ambas estão erradas, quem não tem razão é a criança.
A intenção deste despretensioso texto é mostrar que, ao final, todas as mães têm razão. Independentemente de cor, idade, condição financeira, social, religião ou qualquer outra, ao final deve-se curvar à sabedoria das verdadeiras donas dos lares, mesmo quando elas não são assim reconhecidas.
Mãe é, portanto, o princípio de tudo, a representação do amor e do afeto incondicional. Basta lembrar com ternura na insistência de qualquer mãe zelosa em ver filhos(as) bem agasalhados, ou mesmo calçados, protegidos das intempéries ou ainda da desatenção, muito peculiar em tenra idade. São elas as primeiras a apostar e confiar do que suas proles são capazes, e terem uma imensa expectativa positiva do futuro. Melhor do que ninguém, elas sabem que o momento presente é precioso, e que nunca se repetirá. E que há ainda muito o que aprender.
A certeza inexorável da vida, logicamente consistente e matematicamente comprovada é uma só: mães sempre têm razão.
Marcio Luis Ferreira Nascimento é professor da Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química da UFBA e membro associado do Instituto Politécnico da Bahia